Mozarildo defende mais investigações em ONGs



O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias sobre a atuação de organizações não-governamentais (ONGs), senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), registrou em Plenário, nesta quinta-feira (19), as conclusões da comissão - que descobriu indícios -veementes- de irregularidades em 10 instituições - e defendeu uma nova CPI no próximo ano.

Essa nova CPI, segundo o senador, seria mais ampla e investigaria com mais profundidade as questões da biopirataria e da exploração de minérios, apurando o que está encoberto - -o grande objetivo de internacionalização da Amazônia e de manter o país submisso-.

- As ONGs são uma forma de colonialismo moderno - sustentou Mozarildo, para quem as ONGs sérias deveriam ler o relatório da CPI e colaborar para a auto-fiscalização das organizações.

A CPI, informou seu presidente, identificou que, no meio de ONGs sérias, algumas aproveitam-se -dessa bonita bandeira do terceiro setor, da solidariedade, fazendo um trabalho nocivo ao país-. Mozarildo declarou que a CPI foi prejudicada com vários fatos, como a cassação do então senador Luiz Estevão, a violação do painel eletrônico de votação do Senado e as eleições. Por isso, acha que -é preciso ir mais além-, inclusive com a elaboração de uma legislação que permita um maior controle do Estado sobre as ONGs, muitas das quais, afirmou, vivem às custas de recursos públicos.

O senador disse que a CPI das ONGs -trabalhou de maneira discreta, sem preocupação com os holofotes ou com estar na mídia, acusando precipitadamente quem quer que seja-. A comissão, acrescentou, criada para investigar ações lesivas das ONGs sobretudo na Amazônia, relacionadas à biopirataria, à grilagem de terras, à exploração de minérios e à exploração indevida do ecoturismo, deteve-se na análise das irregularidades mais gritantes.

O presidente da CPI citou as 10 instituições nas quais foram verificadas as maiores irregularidades: Associação Amazônia, Focus on Sabbatical, Unificação das Famílias Pela Paz Mundial, Cooperíndio, Paca (Proteção Ambiental Cacoalense), Cunpir, Adesbrar (Agência de Desenvolvimento Sustentável Brasil em Renovação), Fundação O Boticário, Napacan (Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer) e Conselho Indígena de Roraima.



19/12/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mozarildo: CPI das ONGs vai aprofundar investigações no segundo semestre

Mozarildo apóia investigações sobre repasses federais para ONGs

Mozarildo defende regulamentação da atuação das ONGs

Mozarildo defende aprovação de projeto que regulamenta a atuação de ONGs

Mozarildo defende marco regulatório para a atuação das ONGs

Mozarildo defende aprovação de projeto que regulamenta atuação das ONGs no país