Mozarildo repudia "reação raivosa" da Abong contra CPI das ONGs



O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) repudiou nesta terça-feira (22) o que chamou de -reação raivosa- da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) contra o relatório final da CPI das ONGs. A CPI investigou 14 instituições, nacionais e estrangeiras, acusadas de envolvimento em grilagem de terras públicas, contrabando de minérios, desperdício de dinheiro público, obtenção de verbas de governo por vias duvidosas e incitação de conflitos em áreas indígenas.

- Os resultados dos inquéritos da CPI foram encaminhados ao Ministério Público e a outros órgãos competentes. Também como resultados dos inquéritos, a CPI formulou propostas para seis projetos de lei, no intuito de sanar as imperfeições detectadas na legislação atual e para barrar futuras situações adversas aos interesses nacionais - explicou o senador.

Mozarildo disse que o presidente da Abong, Sérgio Haddad, adiou por vários meses seu depoimento à CPI e só o fez em dezembro passado, quase ao final das investigações, quando apresentou informações sobre os registros formais que devem fazer as ONGs junto a órgãos do governo. -Agora, publicado o relatório final da CPI, desfecha a Abong um ataque contra o relatório final e contra os trabalhos de que resultou, fazendo constar em seu site comentários agressivos contra a CPI e seu presidente-, afirmou o senador.

O senador e ex-membro da CPI das ONGs, Leomar Quintanilha (PFL-TO), em aparte, disse que a CPI soube discernir entre as instituições que buscam ajudar o desenvolvimento do país daquelas que se colocam contra e trazem grandes prejuízos ao Brasil.

Para Mozarildo, é surpreendente a atitude da Abong, pois seria mais natural a entidade congratular-se com o fato de a CPI ter reconhecido ser pequeno o número de ONGs que cometem fraudes ou praticam irregularidades, quando comparado ao grande número de ONGs existentes. -Tamanha hostilidade pode ter somente uma explicação: a CPI tocou em um nervo exposto, acertou na sua atuação e em seus diagnósticos e, ao que parece, incomodou gente que vinha levando uma vida demasiado cômoda-, concluiu o senador.



22/04/2003

Agência Senado


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