NABOR DEFENDE EX-SENADOR FLAVIANO MELO, CITADO NO RELATÓRIO DA CPI DO NARCOTRÁFICO



O ex-senador Flaviano Melo, citado no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o narcotráfico, teve na sessão desta quinta-feira (dia 23) uma veemente defesa feita pelo senador Nabor Júnior (PMDB-AC). Para Nabor, as notícias de prisão preventiva do ex-senador e ex-governador do Acre foram feitas de forma criminosa, maldosa e irresponsável.
Segundo o senador, a página 77 do relatório da CPI informa que as denúncias contra Flaviano Melo foram feitas pelo delegado de polícia Ademar Frota Gonçalves aos procuradores da República Luiz Francisco Sousa e Cláudio Valentim. Nabor Júnior criticou o fato de a CPI conferir competência a procuradores para colher depoimentos sem a presença dos parlamentares e depois utilizar esses depoimentos em seu relatório.
No depoimento, o delegado afirmou que o então governador Flaviano Melo teria feito concessões e cedido cargos ao então tenente-coronel Hildebrando Pascoal, que teve seu mandato de deputado federal cassado na última quarta-feira (dia 22). A "delirante inconseqüência" do denunciante, para Nabor Júnior, é evidenciada quando disse que a amizade entre o ex-senador e o ex-deputado começou depois que este promoveu um atentado a bomba na casa do primeiro, pondo em risco sua vida e a de seus familiares. Atemorizado, Flaviano teria passado a proteger o terrorista.
O parlamentar enfatizou que o depoimento não foi prestado perante a CPI, mas a um procurador "com notórias ligações com o Partido dos Trabalhadores". Destacou também que o acusador, tendo ingressado na Polícia Civil do Acre em novembro de 1994, não era portanto delegado à época em que Flaviano Melo era governador, entre os anos de 1987 e 1990.
- E, depois, uma pergunta: se ele efetivamente sabia de tudo, por que não cumpriu a obrigação de apurar os fatos, nos cinco anos como delegado de polícia? - acrescentou Nabor Júnior, lembrando que o policial denunciou outras duas centenas de pessoas, incluindo desembargadores, ex-secretários de estado, juízes, policiais, prefeitos e vereadores.
O senador afirmou ter imediatamente telefonado à deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), sub-relatora da CPI, a quem teriam sido atribuídas as denúncias contra o ex-governador. Ela afirmou ter certeza de que Flaviano Melo nada tinha a ver com as denúncias. Ao jornal A Gazeta, de Rio Branco, ela acrescentou que o ex-governador fora citado em um depoimento e seria pior se seu nome fosse omitido, o que significaria uma ingerência política. "É mais importante para ele ser investigado do que não ser", disse a deputada.
Nabor Júnior também leu em plenário a carta em que o ex-senador pede ao presidente da CPI, deputado Magno Malta (PTB-ES), uma apuração, com toda a profundidade, das denúncias que qualificou de "afirmações absurdas". Em temporada de estudos em Nova Iorque, Flaviano Melo afirmou ser "o maior interessado em que tudo seja integralmente esclarecido, porque as acusações são delirantes, mal intencionadas e só podem servir a interesses espúrios de adversários".

23/09/1999

Agência Senado


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