Osmar Dias apela a lideranças para reverem decisão e instalarem CPI
O senador Osmar Dias (PDT-PR) fez um apelo às lideranças partidárias do Senado para que revejam a decisão de adiar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria a remessa ilegal de US$ 30 bilhões para o exterior por meio da agência do Banestado em Nova York. Enquanto o Senado decidiu postergar a investigação, Osmar Dias informou que a Câmara dos Deputados deverá instalar, nesta terça-feira (10), a CPI da evasão de divisas.
Segundo o senador pelo Paraná, o argumento invocado para sustar a criação dessa CPI foi o mesmo usado há dois anos, quando se tentava viabilizar a instalação da CPI da corrupção. O senador opinou que a tramitação das propostas das reformas não pode ser prejudicada por uma comissão parlamentar de inquérito. Ele lembrou que o apoio por ele dado àquela CPI acabou por levar à sua exclusão dos quadros do PSDB.
- Ficou feio para o Senado negar um pedido de CPI e ver a Câmara instalar essa comissão - afirmou, instando os líderes do Senado a reverem sua decisão, autorizarem e indicarem seus representantes no colegiado para provar -que não há ninguém com medo da CPI-.
Convencido dos resultados práticos propiciados por essas comissões, Osmar Dias lembrou, por exemplo, que a CPI dos precatórios desvendou muitos crimes contra o patrimônio público e que a CPI do Judiciário levou à prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto e à cassação do mandato do então senador Luiz Estevão.
Investigação
Embora admita que Osmar Dias está -coberto de razão- quando quer um resultado rápido sobre o episódio do Banestado, o líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), sustentou que o caminho mais rápido para elucidar esse -escândalo- é por meio da investigação realizada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal, pela Controladoria Geral da União e pelo Ministério da Justiça.
Tião Viana assegurou que o Partido dos Trabalhadores não se furtou a apurar o episódio, apenas entendeu, junto com os demais líderes partidários, que o método -moral e ético- a ser seguido, no momento, é o desenvolvido por essas instituições.
- A CPI pode aguardar algumas semanas até que seja concluído esse trabalho - afirmou Tião Viana, observando que é importante ter confiança nas instituições que dirigem esse processo.
09/06/2003
Agência Senado
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