Osmar Dias critica aumento de pedágios em estradas do Paraná



O aumento de até 19,35% nas tarifas dos pedágios localizados em rodovias do estado do Paraná motivou o senador Osmar Dias (PDT-PR) a protestar em Plenário nesta quinta-feira (29). Lembrando que a inflação neste ano deve ficar em torno de 7%, Osmar Dias classificou de abusivo o aumento e criticou o governador Jaime Lerner (PFL) "por atender aos interesses e à ganância das empreiteiras" que controlam as principais rodovias do Paraná.

O senador apontou para o grande impacto econômico dos pedágios, que teriam sido majorados sem qualquer justificativa e sem que as concessionárias tivessem realizado as prometidas melhorias nas estradas. "O valor dos pedágios chega às prateleiras dos supermercados", disse. Osmar Dias criticou ainda o completo abandono de 10 mil quilômetros de rodovias no interior do estado.

Citando dados da própria secretaria de agricultura do Paraná, o parlamentar salientou que, com os pedágios, agricultores têm o custo global de produção aumentado em cerca de 4%. Ele revelou que o valor das tarifas chega a inviabilizar algumas atividades econômicas. O pedágio seria maior do que o lucro de um caminhoneiro autônomo, que alcança apenas a quantia de R$ 1.500,00 por mês. A produção de calcário, insumo necessário à produção agrícola, também seria ameaçada em algumas regiões do estado. Segundo o senador, os produtores de leite são igualmente prejudicados.

Osmar Dias defendeu projeto de sua autoria que obriga concessionárias que exploram os pedágios nas rodovias a abrirem suas contas, para que a sociedade saiba quanto é arrecadado nos postos de cobrança e quanto é efetivamente investido em melhorias das estradas. Além disso, o senador quer tornar públicos os contratos firmados entre os governos e as concessionárias. O parlamentar defendeu ainda a revisão, pelo próximo governo do Paraná, dos contratos de concessão das rodovias estaduais.

Outro projeto, também de sua autoria, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) obriga a realização de estudos de impactos econômicos e sociais com a privatização do sistema rodoviário.

- Antes de privatizar, é preciso analisar o quanto de desemprego e de problemas econômicos isso pode causar. Há vantagens, há benefícios? - indagou, apontando também para o "tarifaço" nas contas de água e luz, que prejudica os assalariados. Osmar Dias defendeu o fim da "taxa mínima" cobrada pelas empresas de água e de energia.

Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que a receita extra dos pedágios cobrados no Paraná vai para o "caixa dois" das campanhas eleitorais, para comprar legendas políticas e firmar acordos espúrios. Requião referiu-se ao escândalo envolvendo o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), que declarou gastos de R$ 3 milhões na campanha, e arrecadou, na verdade, R$ 33 milhões.

29/11/2001

Agência Senado


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