OSMAR DIAS PEDE "SOCORRO" PARA EVITAR ENTREGA DA COPEL AO BANCO ITAÚ



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) denunciou nesta segunda-feira (dia 4) em plenário a entrega da Companhia Paranaense de Energia (Copel) ao Banco Itaú como parte do patrimônio do Banco do Estado do Paraná (Banestado). Ações correspondentes a 33% do capital votante da Copel estão em poder do Banestado, comprado pelo Itaú no dia 18 de outubro, como garantia do equilíbrio econômico-financeiro da instituição privatizada. O governo do Paraná tem até o dia 31 deste mês para depositar R$ 415,7 milhões no Basnestado. Caso contrário, o controle da Copel passará ao Itaú.

Segundo Osmar Dias, que durante seu discurso leu trechos de notícia publicada pela Gazeta Mercantil do dia 29 de novembro, o Banestado precisou da caução porque tem em sua carteira títulos públicos estaduais de Alagoas, Pernambuco e Santa Catarina; e municipais de Osasco, Guarulhos e Campinas. Esses títulos, emitidos de forma fraudulenta em 1995, foram alvo de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Precatórios.

- Ponho em dúvida esse negócio desonesto e prejudicial ao povo paranaense - disse Osmar Dias.

O senador exigiu do governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), uma solução a fim de que a Copel não passe ao controle do Itaú. Osmar Dias dirigiu-se especialmente ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e ao presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), pedindo apoio para que Lerner tome providências no sentido de manter a Copel em poder do estado. A empresa tem registrado lucro líquido anual em torno de R$ 200 milhões. Seu valor patrimonial é de R$ 4,3 bilhões registrado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Se nada for feito, o Itaú vai levar a Copel por cerca de 10% desse valor.

- Se é para privatizar, que isso seja feito de maneira lícita - disse Osmar Dias, que alertou os demais senadores para a possibilidade de ocorrências semelhantes em seus estados.

04/12/2000

Agência Senado


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