Para Simon, somente parte do PMDB está satisfeita com a última decisão do TSE sobre verticalização



Em discurso na sexta-feira (9), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a ala do PMDB que ele classifica de governista ficou satisfeita com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de permitir que os partidos com candidato à Presidência da República coligados nacionalmente possam coligar-se nas bases com outros partidos sem candidato à sucessão presidencial. Simon disse que a decisão anterior, que anulava essa norma, favorecia o fortalecimento dos partidos e a candidatura própria do PMDB.

- Sou obrigado a dizer que para o PMDB não foi bom; vivemos uma hora muito difícil no partido. Mas foi bom para o senador José Sarney, foi bom para o senador Renan Calheiros e para o senador Ney Suassuna - declarou.

Simon ressaltou que havia recebido com alegria a decisão do TSE na terça-feira (6) que determinava o que ele chama de verticalização pura - os candidatos de partidos que não estivessem coligados nacionalmente não poderiam coligar-se nas eleições estaduais com candidatos daquelas siglas que estivessem unidas na disputa à Presidência da República.

- Achei muito enérgico, muito firme, quando o ministro Marco Aurélio antecipou com o voto da terça-feira que estávamos a iniciar uma nova vida partidária com casamentos efetivos e legítimos entre os partidos, e não esses concubinatos que ocorrem por aí - disse o representante gaúcho.

Simon declarou ser lamentável que o Congresso Nacional, por não ter aprovado a verticalização no prazo apropriado, tenha deixado assunto dessa natureza para decisões de última hora do TSE.

- Nós, do Senado, fizemos a nossa parte, votamos a reforma política-eleitoral, mas ela foi engavetada na Câmara dos Deputados. O tribunal decidiu que não poderíamos mudar as regras eleitorais no ano eleitoral, mas há quatro anos atrás eles mudaram, quando no ano eleitoral eles criaram o voto vertical e agora estariam mudando novamente - comentou Simon.

Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) elogiou a decisão de Simon de manter a candidatura à Presidência da República pelo PMDB. Essa candidatura, para José Jorge, enriquece a disputa eleitoral. Provável candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin, José Jorge disse que a última decisão do TSE é mais apropriada à realidade política nacional.

09/06/2006

Agência Senado


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