Peritos descartam a possibilidade de que corpos encontrados em Xambioá sejam de guerrilheiros
A equipe de peritos e legistas do Grupo de Trabalho de Tocantins (GTT) que procura restos mortais de guerrilheiros mortos no cemitério de Xambioá (TO) descartou a possibilidade de que sete corpos encontrados recentemente na área denominada Axixá 1 sejam de guerrilheiros. Os corpos foram enterrados há cerca de 15 anos e há vestígio de que foram colocados em caixão – não em lonas ou sacos plásticos, forma como testemunhas afirmam que os corpos dos guerrilheiros eram enterrados. Os trabalhos no sítio Axixá 2 devem ser retomados no sábado (23).
A chuva interrompeu o trabalho de “desnudação” (limpeza) de uma ossada encontrada, na quinta-feira (21), na área chamada Cimento. Segundo o perito Jefferson Evangelista Corrêa, da Polícia Federal, ainda não é possível identificar o sexo nem quando o corpo foi enterrado. Segundo ele, também há vestígios de que o sepultamento tenha sido feito em caixão.
“Nenhum resultado pode ser considerado positivo”, confirmou o major Paulo Crocetti, do Comando da 23ª Brigada de Infantaria da Selva, responsável pelo apoio logístico ao trabalho do GTT. Se houver a possibilidade de que os restos mortais sejam de guerrilheiros, o material será encaminhado a Brasília para comparação com o DNA de parentes.
Com a atual operação, o GTT já contabiliza 11 operações desde o ano passado. Até hoje o grupo nomeado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não encontrou nenhuma ossada de guerrilheiro.
A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que determinou as buscas aos restos mortais; e o presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Marco Antônio Barbosa, estão viajando para a região. Barbosa disse “ter expectativa” de que sejam reconhecidos guerrilheiros.
A Guerrilha do Araguaia surgiu no início da década de 1970 e foi um movimento em resistência à ditadura militar (1964-1985). No próximo mês, o Brasil poderá ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) porque o Estado não prestou informações sobre o episódio aos parentes de guerrilheiros desaparecidos e não houve responsabilização pelas mortes.
Fonte:
Agência Brasil
22/10/2010 16:51
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