Petista criticou o projeto neoliberal de Antônio Britto









Petista criticou o projeto neoliberal de Antônio Britto
Tarso Genro lança programa de governo

O candidato da Frente Popular ao governo do Estado, Tarso Genro, lançou ontem seu programa de governo, em um ato prestigiado por dezenas de militantes do PT, no City Hotel. No discurso, Tarso destacou a importância da reafirmação do projeto em andamento no Estado e comentou o desafio de superação de um possível futuro governo petista no Rio Grande do Sul.

Tarso ainda fez críticas ao adversário Antônio Britto (PPS). "É o projeto da barbárie, porque representa o apelo ao passado e à mentalidade neoliberal e foi responsável por um ciclo depredatório do Estado", acusou. Conforme ele, a Frente Popular apresenta um projeto em direção ao humanismo e à justiça social.

O programa de governo petista se baseia em três pontos fundamentais: o desenvolvimento sustentável e
solidário, o desenvolvimento social e o combate à pobreza e a participação popular e a gestão democrática.

Relacionado ao primeiro item, está prevista a participação e o diálogo sobre políticas tecnológias, industriais, comerciais e de serviços, bem como sobre trabalho e emprego, estímulo à cooperação, à agricultura, meio-ambiente e políticas de infra-estrutura.

No caso do desenvolvimento social, a intensificação de políticas educacionais, de saúde, segurança pública, habitação e desenvolvimento urbano, de combate à pobreza, de justiça e direitos humanos e cultura são pontos importantes destacados pelo petista em sua proposta de administração do Estado.

O fortalecimento da participação popular e a descentralização da administração, assim como a adoção de novas políticas de valorização do funcionalismo e de recuperação das finanças estaduais também fazem parte do programa. Neste último item, está prevista a implantação de uma nova matriz tributária, tentativa mais polêmica do atual governo.


PTB deixa Frente e vai apoiar Britto
O presidente do PTB estadual Cláudio Manfrói entregou ontem ao presidente do PDT gaúcho, Vieira da Cunha, nota em que comunica a decisão do partido de se afastar da Frente Trabalhista para a sucessão estadual. Embora ainda seja negado por seu presidente, a partir da retirada do nome de Luiz Francisco Correa Barbosa da condição de vice para uma provável recomposição da chapa majoritária entre os dois partidos, o PTB deverá anunciar no dia 14 o apoio a Antônio Britto do PPS.

De acordo com Cláudio Manfrói, o rompimento da aliança regional não prejudica o trabalho conjunto entre PTB e PDT para a candidatura de Ciro Gomes pela Frente Trabalhista à presidência. A executiva petebista ainda pondera, como sugestão apresentada no documento, a possibilidade do PDT não lançar outro nome ao Piratini objetivando a fortificação do projeto nacional também no Rio Grande do Sul.

Vieira da Cunha garantiu que o documento do PTB apesar de indicar sugestões não serve de referencial ao partido que irá definir internamente as suas questões. Vieira defende a manutenção de candidatura própria, independente do PTB, e garante que após tomada essa decisão, ai sim o partido deve partir em busca do nome. O deputado sugere a realização de uma nova convenção para ratificar aquele que, "se escolhido pela base, não terá o direito de negar essa missão partidária. Nem eu, nem o Collares, ou qualquer outro nome pode negar-se a cumprir essa tarefa se for aclamado pela base do partido. Sobre as dificuldades financeiras, entende que esse é um problema que pode ser superado, reafirmando que o partido sempre enfrentou essa
dificuldade nas eleições, inclusive, quando foi vitorioso.

Ainda na tarde de ontem o vereador José Fortunati, acompanhado de sua esposa Regina, do presidente do PDT gaúcho, Vieira da Cunha e dos integrantes da bancada municipal, formalizou o seu pedido de renúncia à condição de candidato majoritário da Frente Trabalhista ao Tribunal Regional Eleitoral(TRE). Fortunati, que agora concorre a uma vaga à Câmara Federal, foi recebido pelo presidente Marco Antônio Barbosa Leal, pelo corregedor Alfredo Guilherme Englert e pelo desembargador Saulo Leal que encontrava-se em visita ao TRE.

Para Lula, problema brasileiro é político
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o grande problema do Brasil não é apenas econômico, mas político. "É através de decisões políticas que você resolve os problemas que parecem econômicos, mas são políticos", afirmou ele. O petista disse ainda que está convencido de que a questão do País não é o dinheiro. "O problema é que o dinheiro sai pelo ralo, não chega nunca na hora certa, no lugar certo". O candidato do PT afirmou também que a prioridade do governo Fernando Henrique Cardoso "nunca foi de fazer política social". "A prioridade do governo é pagar juros", criticou. Lula assistiu, no Centro Cultural São Paulo, ao filme "Cidade de Deus", dirigido por Fernando Meirelles e baseado no romance de Paulo Lins. A obra, que estréia nos cinemas no dia 30 deste mês, traça um painel da evolução da violência e do crime nas periferias do Rio de Janeiro nas últimas três décadas. Lula classificou o filme como duro e forte e que mostra a realidade de um lugar do Brasil, mas que se repete em muitos outros locais do País. Durante entrevista coletiva, após a exibição do filme, o petista disse que tinha informação que o presidente Fernando Henrique Cardoso irá assistir a obra no próximo domingo. O petista recomendou que o filme seja visto "por muita gente que tem poder de mando nesse País". Lula assistiu ao filme "Cidade de Deus" acompanhado do candidato ao governo pelo PT, José Genoino do escritor Paulo Lins, do ator Sérgio Mamberti e da atriz Lélia Abramo.

Britto promete reimplantar o Programa Mãos Dadas
Representantes de Apaes, de hospitais psiquiátricos, de instituições que atendem a dependentes químicos, físicos, deficientes visuais, entre outros, que estiveram reunidos ontem à tarde com Antônio Britto, no Asilo Padre Cacique, fizeram ao candidato da coligação O Rio Grande em 1º Lugar uma reivindicação unânime.

Querem que, se eleito, ele implante novamente o Programa Mãos Dadas.

Lembraram que durante seu governo, o programa distribuiu recursos para as entidades assistenciais que se mobilizaram no recolhimento de notas fiscais. "Além de ajudar a combater a sonegação, o Mãos Dadas beneficiou 829 entidades (creches, Apaes, orfanatos, asilos, entre outras) em todo o Estado", disse o candidato.

O diretor do Hospital Espírita, Sadi Salatino, depois de citar o auxílio que a instituição recebeu, através do Mãos Dadas, disse a Britto que seu governo "foi marcado pelo entendimento, coisa que atualmente não há". A presidente da Federação das Apaes do Rio Grande do Sul, Elvira Machado Bernardi, disse estar satisfeita pela possibilidade de haver novamente "a parceria com o futuro governador, principalmente com o Mãos Dadas".

Os representantes da Pastoral do Auxílio do Toxicômano de Porto Alegre relataram que, com o programa, conseguiram adquirir a casa onde os dependentes são atendidos, "e que por pouco quase perdemos no atual governo".

Um dos moradores do Padre Cacique, Nelson de Moura Fialho, 82 anos, abraçou Britto e contou que, durante o seu governo, acompanhou as melhorias que o asilo pôde fazer com os recursos obtidos através do Mãos Dadas. O candidato ouviu com atenção o relato dos representantes das entidades e garantiu que, se eleito, restabelecerá a parceria pelo projeto Mãos Dadas.

Ministério do Trabalho inocenta Força Sindical e o vice de Ciro
O Ministério do Trabalho e Emprego inocentou a Força Sindical de irregularidades na aplicação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o candidato da Frente Trabalhis ta a vice-presidente, Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho. Em nota oficial, o ministério afirma que um erro técnico fez com que um único trabalhador fosse registrado em vários cursos financiados pelo FAT. Mesmo assim, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que continuará investigando a central sindical e confirmou que Paulinho terá de se explicar em 15 dias.

No comunicado, o Ministério do Trabalho afirmou que, após um levantamento, constatou que um trabalhador treinado pela Força Sindical realizou apenas um curso e não vários, como foi denunciado no fim de semana.

O erro, segundo o comunicado, foi por causa da "realização de um procedimento indevido do sistema de informática administrado pelo ministério, por parte de executoras contratadas pela Força Sindical, no momento do cadastramento do treinando". Na explicação, que isenta Paulinho de responsabilidade em supostas irregularidades nos convênios da entidade com o FAT, o Ministério do Trabalho afirma que a inserção do número de um CPF em vários nomes causou toda confusão. "O procedimento, realizado quando da digitação das fichas de inscrição pelas entidades executoras, terminou por produzir inscrições múltiplas de um mesmo treinando em vários cursos." Mas a comunicação do ministério não convenceu a corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues.

Pouco depois da divulgação da nota do ministério, Anadyr também emitiu um comunicado se isentando de participação no episódio relacionado à Força. Entretanto, confirmou que continuará as investigações em torno de Paulinho e da entidade que ele presidia. "Por fim e de molde a prevenir equívocos, fica explícito, também que a matéria contida na nota distribuída pelo Ministério do Trabalho e Emprego não esgota as questões suscitadas no relatório de auditoria número 098818, as quais continuarão, todas, a merecer exame sereno e impessoal, pela Controladoria-Geral da União", afirmou.

Bernardi promete recuperar as perdas de técnicos-científicos
O candidato do PPB ao governo do Estado, Celso Bernardi, apresentou suas principais propostas para os técnico-científicos do Estado, durante o debate entre os candidatos ao Palácio Piratini realizado ontem pelo sindicato da categoria. No documento entregue por Bernardi à presidente do Sintergs, Najda de Paula, o candidato promete a recuperação de parte das perdas salariais ao índice de 15% ao ano (aproximadamente 75% em quatro anos), reposição da inflação semestral, incorporação imediata da parcela autônoma e adoção de uma política salarial para a categoria.

Bernardi também afirmou que vai mudar radicalmente as relações entre o governo e os servidores públicos, estabelecendo uma parceria harmônica e responsável. "Queremos devolver a motivação de carreira e salários e aprimorar a capacidade do servidor de trabalhar para o povo, que lhe paga os vencimentos", frisou.

Ao falar à platéia de mais de 500 servidores públicos estaduais, Bernardi ressaltou que pretende criar o Fórum de Serviço e dos Servidores Públicos, visando ao debate permanente das questões que digam respeito tanto aos servidores quanto ao serviço público. "De antemão, afirmo que vou extinguir 25% dos cargos em comissão, nove secretarias e colocarei servidores do quadro a frente das chefias", ressaltou.

Bernardi cobrou dos demais candidatos ao Piratini posicionamento sobre sua proposta de pacto para a solução dos problemas do IPE e da previdência dos servidores. "Desde abril, divulguei a minha intenção e até hoje não recebi nenhuma resposta. A solução destes dois problemas vão muito além de quatro anos de uma administração", projeta. Disse ainda que o apoio de seu partido ao candidato do PSDB, José Serra, está vinculado à participação do governo federal na solução dos problemas. Bernardi enfatiza que administrações anteriores erraram na condução da questão e acusou o governo do PT de omissão descarada.

Rigotto vai garantir espaço para funcionário qualificado
"Os técnicos-científicos, que são os cérebros do serviço público estadual, terão seu espaço garantido no debate dos projetos que o nosso governo colocará em prática, assumindo a maior parte dos cargos de chefia que, atualmente, estão nas mãos de CCs, muitas vezes sem a qualificação necessária para comandar tais atividades", enfatizou o candidato a governador da aliança União pelo Rio Grande, Germano Rigotto. A afirmação foi recebida com entusiasmo por dezenas de servidores que participaram, hoje, no Hotel Embaixador, de um evento promovido pelo Sindicato dos Técnicos-Científicos do RS (Sintergs). Para Rigotto, é inconcebível que esses servidores técnicos estejam enfrentando situações até mesmo humilhantes de terem de se reportar a chefias meramente políticas. "Vamos valorizar e qualificar ainda mais o serviço público, rediscutindo questões como a determinação de Funções Gratificadas (FGs) e a necessidade de uma redução significativa no número de cargos de confiança, proporcionando a ascensão de servidores técnicos", disse. Rigotto garantiu que vai promover um grande debate para que se encontre fórmulas de reduzir ou, até mesmo, acabar com as perda de 52,15% enfrentada pela categoria. "Não vou prometer índices imediatos, mas já estou abrindo um diálogo permanente e positivo para a busca de soluções para todo o funcionalismo estadual, de quem preciso ser parceiro para a implementação do nosso programa de governo", ressaltou.
O candidato Germano Rigotto destacou, também, que é preciso que se invista na qualificação profissional dos servidores públicos, "com o governador assumindo espaços para mostrar à sociedade que o funcionalismo não é um peso para o Estado, e que é quem, efetivamente, possibilitará na prática a viabilização das ações em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança, sustentando o crescimento e o desenvolvimento estadual, firmado em políticas sociais e econômicas". Para ele, uma negociação com todo o funcionalismo servirá de contraponto para se debater os dados reais sobre o Estado, o que vem sendo feito dentro de um amplo levantamento organizado pela equipe do plano de governo. "Tenho certeza de que há condições de buscar junto ao governo federal uma alternativa como a paralisação do pagamento do serviço da dívida estadual por alguns meses, ou a redução do percentual de comprometimento, atualmente em 13% da receita líquida, o que daria um fôlego inicial para o governo tocar sua política para o Estado, inclusive no que tange aos reajustes dos servidores", argumentou.

Rigotto também garantiu que vai disputar com força os investimentos necessários para que o Rio Grande volte a crescer e, com o aumento da arrecadação, tenha condições de fazer propostas de melhoria e valorização do servidor público. "Quando conduzi o projeto de reforma tributária no Congresso, formalizamos uma idéia que praticamente acabava com a guerra fiscal, mas como a área econômica do governo federa não o implementou, entrarei nesta batalha para garantir benefícios para nosso Estado", disse.

O candidato participou, ainda, como palestrante na reunião-almoço da diretoria do Conselho Regional de Odontologia (CRO), em Porto Alegre. No início da noite, Rigotto palestra na reunião de diretoria do Sistema Fiergs-Ciergs, finalizando seu roteiro diário com encontros na Associação dos Subtenentes e Sargentos da Brigada Militar e no lançamento da candidatura a deputado de Marchezan Jr.

Tucanos irritados com adiamento do programa de governo de Serra
A indecisão do presidenciável do PSDB, José Serra, quanto à divulgação hoje de seu programa de governo, causou mais uma crise no comando da campanha tucana. Houve reclamação generalizada do PSDB e do PMDB quando Serra decidiu, ontem, adiar o anúncio do documento, sob a alegação de que precisava fazer uma conferência geral dos números, para "não vender terreno na lua". Co m a pressão de políticos aliados e de estrategistas da campanha, Serra ficou de confirmar se divulgava ou não hoje o seu plano de governo, que tem como princípio básico a estabilidade da economia, com meta de inflação de 3% ao ano até o quarto ano de mandato. A taxa de juros, prevista inicialmente, deverá ser de 9% ao ano (6% de juros reais, com inflação de 3%).

Os técnicos que fizeram o programa de Serra estimam ainda que serão gerados 8 milhões de novos empregos e construídas 6 milhões de novas habitações durante quatro anos de governo. Quando o candidato informou que não lançaria o programa, integrantes do comando de campanha de Serra cobraram dele maior preocupação com os fatos políticos. Um deles disse ao senador tucano que o fato de estar em terceiro lugar nas pesquisas de opinião não permite que ele se dê ao luxo de se agarrar a detalhes.

O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior, sempre tão cordato em relação a Serra, desta vez também fez observações críticas a respeito do comportamento do presidenciável: "É necessário criar fatos. Uma campanha deve ter diariamente não só fato, mas foto", disse. O senador Geraldo Melo (RN), líder do PSDB no Senado, foi outro que criticou o candidato tucano. "Serra precisa criar fatos. Não criá-los é acabar comentando fatos criados pelos outros. Quem comenta não consegue nunca ser o centro dos acontecimentos", afirmou Melo. O que também causou muito desgosto no comando de campanha de Serra foi a decisão centralizada do adiamento do programa, pelo menos por algumas horas. De acordo com a equipe de Serra, mais de 300 pessoas estão envolvidas no programa de governo e na criação de fatos para tornar tudo um grande acontecimento. Quando uma decisão solitária muda todo um plano feito com dias de antecedência, a frustração é geral. O plano dos comandantes da campanha de Serra era fazer do ato de lançamento do programa o grande acontecimento político da semana.

TSE decide o tempo dos partidos em rádio e tv
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o candidato à Presidência da República pela coligação Grande Aliança, José Serra (PSDB), terá o dobro do tempo de seus principais adversários na propaganda eleitoral gratuita a ser veiculada nas emissoras de rádio e televisão em dois blocos diários três vezes por semana. De acordo com uma instrução divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cada um dos programas de Serra terá duração de 10 minutos e 23 segundos. Os programas dos presidenciáveis serão apresentadas às terças, quintas e sábados, duas vezes por dia no rádio e na TV.

A propaganda gratuita começará no próximo dia 20 e cada bloco consumirá 25 minutos. O tempo de Serra no rádio e na televisão é a grande aposta dos estrategistas políticos para alavancá-lo nas pesquisas de intenção de votos. Primeiro colocado nas pesquisas, o candidato da coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá direito à metade do tempo garantido a Serra. O petista poderá gastar 5 minutos e 19 segundos com cada um de seus programas eleitorais gratuitos. Os programas do segundo colocado nas pesquisas, Ciro Gomes (PPS), terão duração de 4 minutos e 17 segundos.

Ex-governador do Rio de Janeiro e quarto colocado nos levantamentos, o candidato da coligação Frente Brasil Esperança, Anthony Garotinho (PSB), terá direito a apresentar programas de 2 minutos e 13 segundos. Os candidatos do PSTU, José Maria, e do PCO, Rui Costa Pimenta, poderão veicular programas de apenas 1 minuto e 23 segundos. O tempo na propaganda gratuita foi calculado proporcionalmente ao tamanho da bancada na Câmara. A coligação com mais deputados conseguiu mais tempo na propaganda. Os programas no rádio serão apresentados das 7 horas às 7h25 e das 12 horas às 12h25min. Na TV, a propaganda será exibida das 13 horas às 13h25 e das 20h30 às 20h55min. Além dos programas eleitorais a serem apresentados três vezes por semana, os candidatos terão direito a veicular nas emissoras de rádio e televisão inserções de duração média de 30 segundos. Elas serão apresentadas diariamente no intervalo da programação das emissoras de rádio e de televisão.


Assembléia assegura o fim dos pardais
A Assembléia Legislativa derrubou ontem, por 30 votos a 13, o veto do governador Olívio Dutra ao projeto de lei 001/02, que prevê a substituição dos pardais por lombadas eletrônicas no Rio Grande do Sul. Após o envio da redação final da proposta, o governo do Estado tem 48 horas para sancionar a nova lei. Depois deste período, se a lei não for sancionada pelo Executivo, o presidente da Assembléia terá mais 48 horas para promulgá-la.

O projeto, de autoria do deputado Elmar Schneider (PMDB), prevê a troca dos pardais pela instalação de lombadas eletrônicas em rodovias estaduais e federais administradas pelo Estado, em locais próximos a hospitais, escolas e de comprovação técnica de grande incidência de acidentes. "O projeto é uma resposta ao clamor das ruas contra a fúria arrecadatória deste governo", afirmou o parlamentar.

Segundo Schneider, "está mais do que comprovado que os pardais, além de não prevenirem acidentes, não têm caráter educativo, são autênticas armadilhas instaladas com o intuito certeiro de penalizar com severas multas os condutores". Citando dados da Secretaria Estadual dos Transportes, o deputado argumenta que, de janeiro a maio de 2001, houve seis mortes e 162 acidentes nas 22 lombadas eletrônicas. Em 29 pardais nas rodovias do Estado, ocorreram, no mesmo período, janeiro a maio, 1.279 acidentes, ocasionando 58 mortes.


Campanha propõe mais informações aos pedestres
Desde ontem, os pedestres estão recebendo orientações e material informativo em faixas de segurança e em pontos de grande circulação de pessoas e veículos em Porto Alegre. A ação, realizada em conjunto pelo Instituto Zero Acidentes, Detran-RS, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Brigada Militar, é preparatória ao Dia do Pedestre, que será comemorado amanhã, e ao Dia Zero Acidente, no dia 21. O objetivo é que pedestres e motoristas adquiram a consciência de respeitar as leis de trânsito em defesa da vida.

A campanha de conscientização prossegue hoje, das 10h às 11h e das 15h às 16h30min, na avenida Siqueira Campos com a Cassiano do Nascimento, no Centro da Capital, próximo ao terminal de ônibus Sepúlveda.

Amanhã, o trabalho será no Largo Glênio Peres, das 16h30min às 18h, com apresentação de uma peça teatral.

Ontem, as atividades ocorreram pela manhã e tarde na rua Annes Dias com a Praça Dom Feliciano, na faixa de segurança da Santa Casa. Estudantes do Colégio Luterano São Paulo e integrantes da ONG Parceiros Voluntários participaram da distribuição de material informativo. A estimativa é de que cerca de 20 mil panfletos sejam distribuídos nos três dias da ação.

"A intenção da campanha é intensificar o trabalho de educação de trânsito para os pedestres, que é falha", explica o presidente do Instituto Zero Acidentes, José Hugo dos Santos. Segundo ele, os pedestres são os que menos conhecem o Código de Trânsito Brasileiro. No Dia Zero Acidente do ano passado, o número de ocorrências caiu para 49, contrariando as estatísticas nacionais que indicam uma média diária de 300 acidentes de trânsito.


Expectativa de acordo com o FMI faz dólar fechar em queda
A expectativa de que o acordo entre o governo o Fundo Monetário Internacional (FMI) seja divulgado hoje interrompeu a trajetória de alta do dólar e fez a moeda norte-americana fechar em queda de 1,58%, vendida a R$ 3,115. Na máxima do dia, o dólar chegou a ser cotado a R$ 3,26. O rumor fez o risco-País (Embi+), que estava em alta pela manhã, recuar 2,88% para 2.117 pontos durante à tarde. Os principais títulos da dívida brasileira, C-Bonds, fecharam em alta de 2,31% a 55,25% do valor de face .

Se o boato for confirmado hoje, a expectativa é de que o dólar ceda ainda mais. Para o consultor de investimentos da Agente Corretora, João Marcos Cicarelli, tudo vai depender dos detalhes do pacote. "Não há nada de concreto. As peculiaridades é que vão definir se o dólar vai ou não cair", define.

O mercado ainda enfrenta a escassez da liquidez. Faltam linhas para os exportadores e os bancos permanecem em posições compradas. A pressão de alta da manhã foi impulsionada pela compra de dólares por empresas que não conseguiram rolar seus vencimentos. Operadores destacaram que a entrada do Banco Central de US$ 50 milhões no mercado à vista ajudou na queda da cotação.

Na Bovespa o dia foi de recuperação, motivada pela melhora das bolsas internacionais. O Ibovespa encerrou o dia em alta de 3,02%, aos 9.755 pontos. No entanto, o volume ficou aquém da média dos dias anteriores, R$ 449,188 milhões. A bolsa paulista registrou em julho um volume financeiro de US$ 3,6 bilhões, representando uma média diária de US$ 164 milhões, resultado 23,8% menor que a média diária obtida em junho, US$ 216 milhões. O mercado à vista respondeu por 90,6% do total. Em julho foram registrados 611.966 negócios, com uma média diária de 27.816 negócios.

A alta de ontem foi puxada pelos papéis preferenciais da Telemar (+8,19), que haviam despencado mais de 7% na segunda-feira. "Já está ocorrendo o efeito do vencimento de opções no próximo dia 19", explica o analista da Pilla Corretora, André Moura. Ele lembra que há um grande número de investidores vendidos a descoberto na série de R$ 24,00 da Telemar que devem forçar as queda do papel. Ontem, houve opções que subiram até 200%.

Em Wall Street, a percepção de que o Federal Reserve, banco central dos Estados, venha a optar por um novo corte nos juros do país na reunião que acontece este mês. O índice Nasdaq, depois de atingir o menor nível desde abril de 1997, subiu 4,44% e o Dow Jones fechou em alta de 2,87%. Em Londres, o FTSE subiu 3,37% e em Frankfurt a alta foi de 7,08%.

Ajuda inicial do FMI deve ser de US$ 2 bilhões
São grandes as chances de o acordo em negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) incluir apenas uma parcela pequena de novos recursos a ser liberada este ano. Segundo fontes do mercado financeiro com bom trânsito na área econômica do governo, a expectativa é de que o Brasil receba inicialmente algo perto de US$ 2 bilhões em dinheiro novo. O restante virá de forma indireta: com a redução do piso das reservas internacionais líquidas.

A maior parte dos recursos só será liberada no ano que vem: cerca de US$ 12 bilhões. Além disso, o Brasil deverá rolar o pagamento de algo em torno de US$ 8 bilhões que vencem em 2003. Esse dinheiro é referente ao acordo em andamento e, com isso, o governo ganharia uma folga em 2003.

Além desses recursos, o Brasil está negociando para que a oferta de linhas externas realizada pelo Banco Central não seja computada no cálculo das reservas líquidas. Dessa forma, poderá ser resolvida a dor-de-cabeça dos empresários que, sem crédito lá fora, não têm conseguido rolar as dívidas que estão vencendo e são obrigados a quitá-las. Isso contribui para alta da moeda estrangeira.

Ontem, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, não quis comentar as negociações. Ele disse apenas que o acordo que está sendo fechado "vai ser bom para o País". Fraga participou de uma solenidade na sede do Sebrae, em Brasília.

"O acordo será feito em duas partes já que vivemos um período de transição de governo. Para ter acesso aos recursos, o futuro presidente terá de se comprometer com superávit fiscal maior do que os 3,75% do PIB previstos para 2003", afirmou a fonte.

O apoio do FMI e da comunidade internacional ao Brasil não será expresso só com palavras, mas envolverá recursos. Essa foi a garantia dada pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, que, no entanto, mais uma vez não indicou a data de assinatura do acordo. Ele disse que o Ministério da Fazenda tem, como tradição, não ficar fazendo especulações ou vazando informações. "Não vou fazer esquemas de procurar construir expectativas sobre o dia e a hora em que a assinatura será feita", afirmou, acrescentando que as negociações estão "indo bem". O ministro assegurou que não faltará apoio internacional ao Brasil.

Ele fez uma crítica às especulações do mercado financeiro sobre o momento do acordo com o FMI. "O mercado gera expectativas e fica frustrado depois porque as expectativas que ele mesmo gerou não se materializaram no dia em que ele esperava que se materializassem." O ministro disse que, "sem dúvida, é importante que o acordo saia logo".

Malan participou da cerimônia de instalação da seção Distrito Federal do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) e da posse de seu presidente, João Carlos de Almeida.


Banrisul anuncia R$ 3,4 milhões para comercialização
O Banrisul colocará à disposição dos participantes da 24ª Expointer R$ 3,4 milhões para a aquisição de animais e máquinas. O montante, oriundo de recursos próprios do banco, é 54,5% superior aos 2,2 milhões ofertados na edição passada. Dessa verba, R$ 3,2 milhões serão destinados à compra de animais e R$ 200 mil para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas.

Do total do volume concedido, R$ 2 milhões beneficiarão os frigoríficos que participarem da Bolsa do Novilho Gordo, que leiloará virtualmente animais durante a feira às indústrias previamente cadastradas. De acordo com o presidente da Federação Brasileira das Associações dos Criadores de Raças (Febrac), José Paulo Cairoli, mais de dois mil bois serão filmados e identificados para a venda que deverá ser realizada através de um leiloeiro pela internet e por um telão instalado dentro do Parque Assis Brasil. "Esperamos comercializar esses animais com preços acima da média, até porque o recurso ofertado deve estimular as compras", analisa Cairoli.

Até o momento, existem 60 frigoríficos passando pela análise de crédito bancária para participar da bolsa, inicialmente agendada para o dia 26 de agosto. Na avaliação de Cairoli, a verba disponível deve alavancar os negócios do setor, que passa por um momento de retração. "Esperamos uma comercialização superior ao ano passado, já que estamos livres da aftosa". O dirigente acredita que fora o resultado obtido com a Bolsa do Novilho Gordo, os negócios podem crescer entre 25% e 30% nesta edição. "O leilão de rústicos vai ajudar a incrementar as vendas", acredita.

Além do valor ofertado para a bolsa, o Banrisul colocará à disposição de produtores, cooperativas e indústrias R$ 1 milhão com a elevação do limite de crédito para a compra de animais. Na aquisição de bovinos, o limite foi ampliado de R$ 10 mil para R$ 20 mil por cliente. Para a comercialização de ovinos e suínos, o limite aumentou de R$ 5 mil para R$ 10 mil.

Os produtores familiares com renda bruta de até R$ 30 mil serão beneficiados com R$ 400 mil, com limite de crédito de R$ 5 mil. Desse total, R$ 200 mil são para o comércio de animais e o restante para a compra de máquinas e equipamentos. As demais demandas para a aquisição de máquinas serão atendidas sem dotação fixa, a partir de recursos do Bndes. Todas as linhas para a compra de animais operam com juros de 8,75% ao ano.

Os financiamentos do Banrisul para a Expointer foram anunciados ontem, no Parque Assis Brasil, em Esteio.

Após a divulgação, o governador Olívio Dutra e o secretário da Agricultura, Angelo Menegat, conferiram o andamento das reformas que estão sendo realizadas no parque. A maior movimentação de obras está acontecendo na área destinada à exposição estática e dinâmica das empresas de máquinas agrícolas. O espaço das indústrias, que no ano passado era de 20 mil m², nessa edição ocupará 90 mil m², distribuídos em nove quadras, administradas pelo Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).

Segundo o presidente do sindicato, Cláudio Bier, oito empresas confirmaram a participação nas dinâmicas. "O número só não é maior porque não houve tempo suficiente para todo mundo planejar a atividade", explica. O modo de operação dos testes ainda não foi definido, informa Bier. De acordo com ele, ou a área será dividida em oito parcelas, ou as demonstrações serão feitas da maneira tradicional, com horário agendado pelas empresas.

A novidade da exposição dinâmica, somada aos dois dias voltados apenas para a realização de negócios na feira, devem resultar em uma comercialização de R$ 50 milhões para as mais de 40 empresas do setor de máquinas que participarão da Expointer. Se confirmada, a previsão do presidente do Simers resultará em um valor 60% superior ao negociado em 2001, quando o segmento faturou cerca de R$ 30 milhões.
(retranca)

Governo investe em edificações
Além da ampliação da área utilizada pelas indústrias de máquinas, o governo do Estado investiu R$ 55,2 mil na construção de um prédio de 134 m² junto ao portão 6, onde funcionará a administração da bilheteria, a recepção de excursões e a distribuição de credenciais. O Estado também aplicou R$ 39 mil em melhorias na parte elétrica do Parque Assis Brasil.

Números da Secretaria da Agricultura indicam que a feira deste ano contará com mais de 2,5 mil expositores,
150 bancas de produtos da agricultura familiar e seis países participantes. O número final de animais inscritos será divulgado após o dia 15 deste mês, quando encerram as inscrições dos rústicos.

A Expointer 2002 acontecerá de 24 de agosto a 1º de setembro. Os portões do parque ficarão abertos ao público das 8h às 20h, e no dia 1º de setembro, das 8h às 18h30. Os ingressos para pedestres custarão R$ 5,00.

Para veículos, também será cobrado o valor de R$ 5,00, além do ingresso do motorista e dos demais passageiros. Mais informações podem ser obtidas nos sites www.expointer.rs.gov.br e www.saa.rs.gov.br.


Artigos

Porto Alegre na vanguarda jurídica
Edésio Fernandes

Três eventos jurídicos, relacionados entre si, aconteceram em Porto Alegre na semana de 13 a 20 de julho, envolvendo 600 profissionais, 17 países, 15 estados e 70 cidades. O I Encontro da Rede Brasileira de Regularização Fundiária em Áreas Urbanas; o II Congresso Brasileiro de Direito Urbanístico; e o IX Workshop do Irglus - International Research Group on Law and Urban Space - colocaram Porto Alegre no centro da discussão sobre o Direito Urbanístico e sua relação com a produção das cidades - e a ilegalidade urbana. Porto Alegre é o local ideal para tal discussão, dada a diversidade, competência e criatividade de estratégias jurídicas que têm sido formuladas na cidade para dar expressão a propostas de democratização da gestão e das condições de acesso à moradia. Em que pesem as limitações, também a dimensão jurídica da experiência de gestão urbana da Capital gaúcha tem sido reconhecida por criar uma vanguarda no Direito Urbanístico que já tem sido traduzida em uma doutrina jurídica e uma jurisprudência progressista. O I Encontro da Rede Brasileira de Regularização Fundiária reuniu gestores públicos que têm enfrentado as dificuldades inerentes às políticas de regularização (estratégias de urbanização e legalização) das precárias formas de acesso à moradia dos pobres urbanos. Com o reconhecimento do direito de moradia pela Constituição Federal e a aprovação do Estatuto da Cidade, tais programas de regularização vão ocupar um espaço ainda maior na agenda dos municípios. A Rede Brasileira possibilitará trocas de informações e avaliação critica de experiências.

O Estatuto da Cidade - seu lugar inovador no Direito brasileiro, bem como as possibilidades de ação abertas para os municípios - foi o tema do II Congresso Brasileiro de Direito Urbanístico, dando continuidade ao movimento que começou em Belo Horizonte, em 2000. O sucesso do evento em Porto Alegre - pelo número de participantes, caráter nacional, natureza interdisciplinar e a riqueza dos debates - comprovou que o Direito Urbanístico se consolidou no País. Fechando a semana, pela primeira vez o Irglus reuniu-se no Brasil, com o tema "Construindo a base legal da cidade democrática". Os temas do encontro foram o papel do planejamento urbano na democratização do acesso à moradia; a dinâmica dos mercados imobiliários e os instrumentos existentes para a recuperação de valores fundiários resultantes de investimentos públicos; a participação popular no processo decisório; e a explicitação das dimensões de sexo e gênero inerentes ao processo de urbanização e gestão. Temas em que os participantes estrangeiros prestaram atenção especial às experiências de Porto Alegre. O crescimento do Direito Urbanístico no Brasil é inegável, e é fundamental que as Faculdades e os operadores do Direito reconheçam e se atualizem quanto aos novos princípios, conceitos e instrumentos jurídico-urbanísticos. Os encontros de Porto Alegre e as experiências da cidade nesse campo indicaram o caminho, os desafios e possibilidades para a promoção de uma reforma jurídico-urbanística que melhore as condições de vida nas cidades brasileiras.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

Que sacanagem!
Semana passada o ministério do Trabalho divulgou uma informação dizendo que o Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente licenciado da Força Sindical estava enrolado com desvios de recursos do FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Ciro Gomes e o pessoal que o apoia iniciaram uma varredura nos atos praticados por Paulinho, enquanto presidente da Força Sindical. A idéia era defenestrar Paulinho, desde que fossem provadas as acusações de desvios de recursos do FAT. Procuraram, procuraram, e nada encontraram. Ainda assim essa acusação serviu para provocar indignação em Ciro Gomes. Sempre que perguntado sobre o assunto ele esbravejava.

Ontem, apareceu a verdade. Paulinho é inocente. Nada foi provado contra ele.

Numa nota oficial o ministério procura explicar o assunto. Em vão.

Mas, diz a nota: "Diante das denúncias de desvios de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador envolvendo o vice de Ciro, que foi presidente da Força Sindical - foi designada uma equipe técnica para fazer verificações preliminares. Essa equipe preliminar chegou a conclusão de que o sistema de informática do Ministério realizou um procedimento indevido ao fazer o cadastramento de trabalhadores da Força Sindical que participaram de cursos profissionalizantes".

Pela denúncia a Força teria desviado recursos do FAT, já que o número de inscritos não correspondia ao contigente de trabalhadores que de fato estava participando dos treinamentos.

O fato que mais chamou a atenção da Controladoria Geral da República, que investigou a denúncia, foi a participação de um mesmo trabalhador - um cozinheiro - em mais de 30 cursos. No entanto o ministério do Trabalho informou ontem que, na realidade esse cozinheiro, participou de um único curso e a Força Sindical não cometeu irregularidade. A Força investiu R$ 38 milhões do FAT nos cursos de requalificação profissional.

Então, para acabar com a confusão: Paulinho é inocente, até prova em contrário.
E, agora José?

Atiraram um travesseiro de penas - pra não dizer outra coisa - no ventilador. Quem vai recolher as penas ?

Paulinho teve a sua honra atingida ao ser acusado pelo ministério do Trabalho de desviar recursos do FAT.

Agora, depois de quase implodir a candidatura de Paulinho, à vice na chapa de Ciro Gomes, vem o mesmo Mi nistério, com a maior cara de pau, dizer que o sistema de informática realizou um procedimento indevido
ao fazer o cadastramento de trabalhadores da Força Sindical.

E ficará o dito pelo não dito. Que sacanagem!

Em tudo isso, uma coisa é certa: Paulinho foi prejudicado com essa acusação.

Mas, outra coisa, também é certa: Ciro Gomes vai tirar proveito dessa babaquice.

Ultimamente, ele vem sendo perseguido, tanto pelos seus adversários, quanto pela imprensa. E vai à forra.

Segunda-feira, à noite, no Jornal da Globo, depois de ser bombardeado por Ana Paula Padrâo e Franklin Martins, com perguntas que procuravam desestabilizá-lo, um indignado Ciro Gomes reagiu: " Pô, isso aqui está parecendo um tribunal de inquisição!".

Parte da imprensa separa o joio do trigo. E publica o joio.


CARLOS BASTOS

PTB deixa PDT isolado na Frente
O PTB gaúcho, através do seu presidente em exercício, Claudio Manfrói, comunicou oficialmente ao PDT o seu desligamento da Frente Trabalhista, com a renúncia do vereador José Fortunati, ontem oficializada perante o Tribunal Regional Eleitoral. Com isto, o petebista Luiz Francisco Barbosa deixa de ser o candidato a vice-governador, e o partido não vai indicar outro nome. A decisão do PTB não foi fácil e o candidato a vice, Barbosinha, foi às lágrimas com a decisão. Esta desfeita, assim, a Frente Trabalhista aqui no Rio Grande do Sul. Este é mais um golpe nos setores do PDT que insistem com a candidatura própria, quando o ex-governador Leonel Brizola opera justamente em sentido contrário, procurando fortalecer a candidatura de Ciro Gomes, do PPS, no Estado. Ele teria recomendado aos deputados Vieira da Cunha e Airton Dipp, que se dispunham a autorizar o lançamento de seus nomes para concorrer ao governo pelo partido, que refluíssem desta posição. Trabalhando com o tempo a seu favor, Brizola age notóriamente em favor do apoio a Antônio Britto já no primeiro turno, e procura debelar os focos de resistência.

Diversas

A decisão final do PDT sobre a sucessão estadual será na sexta-feira, pois Leonel Brizola já confirmou sua presença aqui a fim de solucionar o impasse. Existe, contudo, uma resistência, especialmente de alguns prefeitos municipais, contra a possibilidade do partido já apoiar Britto no primeiro turno.

Resta verificar se os prefeitos conseguirão enfrentar a prioridade que Leonel Brizola estabelece, que é a candidatura de Ciro Gomes à presidência da República.

Antônio Britto e Germano Bonow estiveram visitando os pavilhões da Ceasa ontem, e Bonow ficou impressionado com a receptividade da chapa da coligação PPS-PFL.

O candidato do PL ao governo, capitão Aroldo Medina, e o candidato ao Senado, vereador Valdir Caetano, participam hoje de um comício na Esquina Democrática, que tem seu início previsto para as 16h.

O candidato da coligação PMDB-PSDB ao governo, Germano Rigotto, participou do lançamento da candidatura à deputação federal de Nelson Marchezan Junior, no Caixeiros Viajantes, ontem à noite. Depois viajou para Brasília e esta noite já estará em Caxias do Sul, no Salão dos Capuchinhos, para o lançamento da candidatura a deputado estadual de Rui Pauletti, ex-reitor da Universidade de Caxias do Sul.

Celso Bernardi saiu entusiasmado com o resultado da sua reunião com a candidata a vice, Denise Kempf, e com as dirigentes do Movimento da Mulher do PPB, inclusive prefeitas, vice-prefeitas, vereadores e presidentes de diretórios municipais.

Ex-prefeito de Sertão, Gilberto Capoani, que é o primeiro suplente da bancada federal do PMDB, concorre à Assembléia, com o apoio de diretórios da serra e da Grande Erexim.

O candidato da coligação Rio Grande em 1º lugar, Antônio Britto, participa amanhã da reunião almoço da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa, na Igreja da Pompéia, na rua Barros Cassal, quando apresenta seu plano de governo. Ontem à noite, Britto esteve reunido com representantes da comunidade judaica do Rio Grande do Sul.

Última

Odacir Klein, candidato da coligação PMDB-PSDB ao Senado, entende que a disputa ainda não está definida.

No seu entendimento grande parte dos eleitores ainda não se decidiu sobre os candidatos e suas propostas.

Para Odacir Klein, os candidatos ainda disporão de seus espaços em rádio e televisão a partir do dia 20 deste mês, e só depois disto deverá ser definida a inclinação do eleitorado por seus candidatos preferidos.


FERNANDO ALBRECHT

A Dama de Ferro
A secretária do Governo Municipal de Porto Alegre, Helena Bonumá, já está sendo chamada de Dama de Ferro da administração João Verle. Está na proa de uma série de medidas e iniciativas como a deflagrada ontem após uma reunião com a Brigada Militar e Polícia Civil. Prevenção e combate à violência foram os temas, mais a entrega de 10 motos para a BM (ver reportagem nesta edição). Discutiu-se muito a situação da vários bairros críticos, onde gangues de traficantes protagonizam batalhas sangrentas.

Perdas internacionais I
As burras do Esporte Clube Internacional podem sofrer uma sangria enorme por conta de recurso (nº 3700) que o clube perdeu junto ao Banco Central do Brasil, envolvendo venda de jogadores para o exterior e a não entrada destes recursos no país (processo nº 0001029909). O Diário Oficial da União do dia 2 publicou a decisão do Banco Central, mas sem revelar quais seriam estes jogadores e clubes ou a época. É coisa pesada, e bota pesada nisso. A multa maior é de US$ 1.393.543,36.

Perdas internacionais II
Outras multas citam 2 bilhões de liras italianas (antes do euro isso daria cerca de US$ 1 milhão) mais 50 mil pesos argentinos "por estarem materializadas as irregularidades descritas na peça inaugural". Em suma, grana da venda/empréstimo de jogadores a clubes estrangeiros feitas no passado que não passou por bancos credenciados. O conselheiro André Dumortout de Mendonça ainda tentou uma redução de 50% nas multas, mas foi voto vencido.

Zelão na Capital
Ao comentar o destino das instalações da Dado Bier na Nilo Peçanha a página acertou no atacado e errou no varejo. Realmente o espaço vai ser ocupada por uma churrascaria, mas não será a Schneider e sim a Churrascaria Zelão, de Gramado. O proprietário, Sadi Delazari, que está com a Zelão há seis anos, pretende inaugurar a casa em meados de novembro. Antes, fará uma profunda reforma. Vai ocupar a atual boate e a cervejaria, restaurante e cozinha. O Dado Tambor fica fora e a Condor deve alugar o espaço para outras finalidades.

Incidente no Palácio
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, acompanhado de outros dirigentes da entidade, Gedeão Pereira e Armando Garcia de Garcia, tentou ontem à tarde levar alimentos para os grevistas da Susepe que estão protestando no Piratini. Pra que. Sperotto & Cia foram impedidos de chegar perto do pessoal e ainda foram empurrados para fora "de forma truculenta", segundo o dirigente. Os grevistas gritavam que no Palácio só entravam "as Farc e o MST".

Sem carreteiro
Enfim algo de novo na gastronomia político-partidária. Em vez de churrasco, galeto ou o indefectível carreteiro, chegou a vez do cachorro-quente. Ao ser homenageado com um jantar por entidades ligadas ao funcionalismo público estadual, o deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB) e convivas comeram o cachorro-quente do Rosário como prato principal. Agora só falta alguém começar a moda do churrasquinho. De gato.

Novidades tecnológicas...
Porto Alegre é realmente uma cidade de contrastes tecnológicos. Ontem de manhã o radar móvel da EPTC multava adoidado em várias ruas da cidade. A lei manda colocar avisos que o equipamento existe, mas em alguns pontos não se via nem sinal. Outra novidade tecnológica foi a implantação de parquímetros que só aceitam moed as.

...e novidades bucólicas
A EPTC lutou para vender a idéia de usar cartões e quando a gente se acostuma com eles o que fazem? O novo bicho só aceita moedas. Em compensação, também ontem um porco solto na Nilo Peçanha criou o maior rebu. Escapou de uma das milhares e milhares de pocilgas clandestinas que existem cidade afora, mesmo nas bandas da Nilo.

Luta pela McDonald's
Aqui a esquerda torce o nariz para o McDonald's, mas cidades do Interior mobilizam até a Câmara de Vereadores para ter uma, caso de Rio Grande. O vereador Júlio César da Silva (PMDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, teve aprovado um requerimento de sua autoria que solicita a formação de uma comissão para tratar da instalação da McDonald's em Rio Grande. A franquia está em nove cidades do Estado.

A retomada
Quando foi comunicar sua desistência como candidato da Frente Trabalhista, o vereador José Fortunati ouviu do presidente do TRE, desembargador Marco Antônio Barbosa Leal, que ele poderia reassumir o projeto anterior, a candidatura a deputado federal. Fortunati então disse que iria tentar. "Com tuas pernas compridas não vai ser difícil chegar lá", disse Leal.

Miúdas
Conselho Regional de Contabilidade e Ministério Público assinaram convênio para informações e investigações conjuntas.

Unesco chancelou a 1ª Reunião Pública Mundial de Cultura, dias 16 e 17 de setembro, promoção SMC.

Advogado Fernando Salomion, especialista em direito ambiental fez palestra no Centro Tecnológico do Couro do Senai.

Conorte/Loja Maçônica Rei Salomão fizeram parceria para beneficiar carentes do Belém Velho.

Sessões do Tribunal de Justiça Militar RS serão às quartas-feiras por causa das reformas no prédio.

Hospital Mãe de Deus promove no sábado o I Simpósio de Oncologia Urológica.

Ciclo Educação Cidadã, promoção da vereadora Sofia Cavedon (PT), será amanhã às 19h no Instituto Flores da Cunha.


Editorial

PRODUÇÃO AGRÍCOLA AUMENTA MAS POPULAÇÃO DIMINUI NO CAMPO

A discussão sobre a reforma agrária no Brasil continua com seu matiz essencialmente político-ideológico.

Contra ou favor, somos todos taxados de reacionários ou progressistas, numa dicotomia que não faz justiça à inteligência das pessoas, muito menos aos números e fatos divulgados, começando pelo Censo 2000 do IBGE.

A preocupação básica das propostas de reforma agrária diz respeito ao chamado êxodo rural, quando milhares, talvez milhões de campesinos deixam seu habitat natural e vêm para as cidades. Nelas, por falta de instrução, adaptação e com a crise globalizada do emprego, não encontram colocação. Daí engrossam o cordão de miséria do qual, infelizmente, sequer Porto Alegre está livre. No entanto, estudos indicam que o êxodo rural é inevitável e, às, vezes, até mesmo desejável. Inevitável porque a renda agrícola, historicamente, tem sido decrescente. É que os preços das commodities vêm diminuindo através dos anos, para azar, aliás, do Brasil e do RS, salvo a recente recuperação da soja e derivados. O exemplo citado por especialistas é o valor do trigo nos EUA, comparativamente aos salários, no largo período entre 1800 e 1980. Atualmente, um trabalhador estadunidense consome pequeníssima parte do seu salário com a compra de trigo e seus derivados. Antes, chegou a gastar 35% da renda. Houve um fenomenal aumento da produção agrícola em todo o mundo, tendo como principal conseqüência o menor custo, facilitando a explosão demográfica, são seis bilhões de terráqueos, dos quais, ainda assim, cerca de um bilhão passa fome, especialmente na África.

A realidade prova que bilhões de seres humanos são alimentados por um número cada vez menor de agricultores, graças à tecnologia, à mecanização e aos modernos processos de cultivo, rotação de terras e geração de proteínas mais rapidamente como jamais aconteceu na história da humanidade. Quanto menos pessoas estiverem produzindo, maior será o preço obtido per capita no campo, não o contrário. No entanto, no caso brasileiro, há sim uma vocação inata de multidões de nossos compatriotas que desejam permanecer junto à terra, dela tirando o seu sustento, mesmo sabendo-se que outro tanto almeja viver perto da azáfama, do brilho e das facilidades que somente as cidades podem proporcionar. A densidade demográfica em países com agricultura muito forte tem caído ao longo dos anos, ou seja, é de 1% da PEA, nos EUA, que se dedica, exclusivamente, à produção de alimentos. Aqui, a criação de agrovilas com assistência à educação, à saúde e com cursos profissionalizantes ajudaria demais na fixação das famílias ao campo. A redução da população rural brasileira tem sido uma constante nos últimos 50 anos, tendo declinado de 64%, em 1951, para 19%, em 2000. Somente na última década cinco milhões se mudaram do campo para as cidades em todo o Brasil, aumentando os que perambulam sem ocupação e crianças abandonadas, famílias desagregadas. Alguns dizem preferir a miséria na grande cidade do que permanecer nos campos. Outro mito que caiu com o Censo 2000 do IBGE é o que fala das excelências da vida no campo. Os dados indicam que a longevidade é maior, dois anos, na cidade do que na zona rural. O projeto de reforma agrária, como está concebido, dar terras e depois abandonar as pessoas, salvo honrosas exceções, está fadado ao fracasso. O próximo presidente e o futuro governador do RS terão de estudar como empregar melhor os recursos atualmente gastos, e que são poucos, a fim de, realmente, dar chances boas de sustento, sobrevivência e um mínimo de dignidade àqueles que desejarem permanecer nas zonas rurais, quando o agronegócio expande-se demais.


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08/07/2002


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