PFL exige a Tebet cassação de Jader



PFL exige a Tebet cassação de Jader Eleição do novo presidente do Senado ainda não conseguiu acalmar os conflitos da base governista . Aeleição de Ramez Tebet (PMDB-MS) para presidente do Senado não foi suficiente para apaziguar a Casa. Os senadores do PFL prometem não dar trégua ao novo presidente enquanto houver a suspeita de que a sua eleição foi um arranjo político para salvar o mandado do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). "Há uma ligação clara do senador Ramez Tebet com Jader Barbalho", ataca o senador José Agripino Maia, vice-presidente nacional do PFL. "Nós e os partidos de oposição vamos manter uma vigilância constante quanto à imparcialidade do novo presidente do Senado, porque é evidente que há uma manobra para salvar Jader Barbalho", continua Agripino. "Portanto, é esse o objeto de nossa atenção e de todo o atrito". Agripino diz que o PMDB montou um esquema de proteção a Jader que vai da presidência do Conselho de Ética, com Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) à presidência do Senado. Ramez Tebet, porém, quer paz. Hoje vai procurar os líderes dos partidos para propor uma reunião do Colégio de Líderes e definir a pauta de votação para as próximas semanas. "Quero saber quais são os interesses da Casa e dos senadores". Tebet mostra-se esperançoso: "Tenho certeza de que quando acertarmos a pauta de votação, o Senado voltará ao mundo real. Por enquanto, está muito virado para assuntos internos". Tebet acha que, aos poucos, todos os senadores entenderão que é hora de "olhar para a frente". Ainda nesta semana, Ramez Tebet pretende procurar o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), para conversar a respeito de uma pauta comum do Congresso (Câmara e Senado reunidos, em sessão destinada a votar vetos presidenciais, medidas provisórias e Orçamento). Também tentará negociar com Aécio a votação de projetos que saíram do Senado há tempo e estão engavetados na Câmara, como o fim da imunidade de parlamentares para crimes comuns. Senado escolhe novos líderes Dois postos estratégicos do Congresso serão preenchidos esta semana. O senador Artur da Távola deixa a Secretaria da Cultura do município do Rio de Janeiro e reassume a cadeira para ser o novo líder do Governo. O cargo está vago desde a encrenca em que se meteu o senador José Roberto Arruda. O líder interino senador Romero Jucá, disputará na quarta-feira a Liderança do PSDB com Geraldo Melo, que tem ligeira vantagem. Assassinado vereador do PV O vereador e sindicalista Carlos Gato (PV), que ficou conhecido no Brasil por ter denunciado, há cerca de dois anos, a utilização de mão-de-obra infantil nas plantações de laranja de Sergipe, foi assassinado com 10 tiros de revólver na noite de sábado, na cidade de Pedrinhas, na região centro-sul de Sergipe. O crime ocorreu em frente a um bar, onde o vereador tomava uma cerveja e foi chamado por um garoto, que trazia um recado. Fraga descarta um controle cambial O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, qualificou ontem de "uma bobagem" as informações de que o governo estaria preparando um controle cambial ante a disparada do dólar nas últimas semanas. "Quem me conhece sabe que eu não acredito nessas coisas como saída para nada", disse Fraga, acrescentando que tem consciência do "mal" que a simples menção do tema de controle cambial pode causar à economia brasileira. País terá fábricas de derivados de sangue Brasil passará, em três anos, a fabricar e até a exportar derivados de sangue. O Brasil poderá fabricar derivados do sangue em três anos. Duas fábricas de processamento de sangue devem ser inauguradas neste período, permitindo que o Brasil se torne auto-suficiente na produção de todos os hemoderivados, exceto o fator 8 da coagulação, que continuará a ser importado. Com o risco de uma guerra de grandes proporções, a decisão do Ministério da Saúde de construir as duas fábricas - uma em Recife e outra em São Paulo - é fundamental para a garantia do abastecimento no Brasil e para evitar que milhares de litros de sangue sejam desperdiçados a cada ano por falta de capacidade e tecnologia para processá-los. "Estamos correndo contra o tempo", afirma Beatriz McDowell, responsável pela gerência de Sangue e Hemoderivados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Juntamente com o Ministério da Saúde, a Anvisa, está produzindo um edital para a contratação de serviços de transferência tecnológica e capacitação de pessoal, que deverá ser publicado até o final deste ano. Dalton Chamone, professor de hematologia e hemoterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, diz que a produção de derivados de sangue é estratégica para o país. "Imagine uma catástrofe ou uma guerra. Isso impossibilitaria a importação", afirma. As equipes da Anvisa estão analisando as propostas da concorrência internacional de duas empresas, já selecionadas, que serão contratadas para executar os serviços de fracionamento do plasma estocado no País e o que virá a ser coletado. Plasma brasileiro é rico Beatriz McDowell explica que desde o ano passado o Ministério da Saúde começou a investir nos dois principais projetos da área de hemoderivados: a instalação das fábricas de derivados de sangue e a contratação de serviços para fracionamento do plasma até que as fábricas estejam em funcionamento. As duas empresas selecionadas recolheram amostras de 34 serviços de hemoterapia no Brasil e, com base na análise do material, fizeram suas propostas técnica e comercial, já que se trata de um processo de concorrência que avalia os dois parâmetros. A fabricação dos hemoderivados no Brasil traz uma vantagem adicional: "Quando se faz hemoderivados é melhor usar sangue de quem já teve muitas infecções, como ocorre nos países pobres. Por isso o soro brasileiro é melhor em termos de imunidade", explica o infectologista Marcos Boulos, do Hospital das Clínicas de São Paulo. E compara: é complicado importar derivados de sangue europeu ou norte-americano "porque eles têm doenças que nós não temos e a alimentação deles também é diferente da nossa". Beatriz McDowell acredita que a partir da contratação do serviço o Brasil vai obter 400 mil litros de plasma totalmente aproveitável por ano, sendo que a metade é destinada às regiões cobertas pelas fábricas. Hoje, o Ministério da Saúde importa cerca de US$ 85 milhões a cada ano em fatores de coagulação e ainda é obrigado a ressarcir estados e municípios dos gastos com albumina e imunoglobulinas que eles compram. Por não ter tecnologia e pessoal capacitado o país não pode processar o plasma. "O Brasil tem um plasma muito rico em anticorpos específicos que poderia estar sendo produzido nacionalmente", diz Beatriz McDowell, ressaltando que a partir da execução desses dois projetos a hemoterapia nacional poderá, além de economizar dinheiro público, render dividendos com a exportação do excedente. Setor público terá ganhos As vantagens da instalação das duas fábricas de derivados de sangue serão significativas para o sistema público de saúde, já que não se gastará tanto na compra dos derivados de sangue, além de beneficiar profissionais e técnicos, que terão acesso a novas tecnologias. Mas a maior vantagem é evitar o desperdício do sangue que já é coletado e não pode ser armazenado por muito tempo sem que haja o beneficiameno. A produção brasileira é de aproximadamente 500 mil litros por ano, sendo que 150 mil litros dão origem a plasma de boa qualidade para a produção de hemoderivados e os restantes 350 mil precisam ser enriquecidos para fins de fracionamento industrial. Essa será a grande vantagem dos projetos de instalação das fábricas para a hemoterapia nacional. Quando a produção de hemoderivados estiver sendo toda realizada nacionalmente, o Brasil terá uma economia de aproximadamente US$ 100 milhões. (L.A.) Reunião define preços do petróleo, na quarta A Organização de Países Exportadores de Petróleo, OPEP, deverá viver horas difíceis nesta quarta-feira, dia de sua reunião ministerial em Viena. Nenhuma entidade deve sofrer tão intensamente as tensões internacionais do momento, além de apresentar elevado potencial para transformá-las em tensões internas do cartel. A demanda de petróleo pode ser uma das primeiras vítima dos atentados terroristas contra os Estados Unidos. O mundo temia um descontrole do preço do petróleo após a tragédia de Nova York e Washington. Mas a própria Opep deteve esse temor, assegurando que ajudaria o mercado ante uma eventual possibilidade de queda da oferta. Agora é outro o medo presente entre os atores do setor: a possibilidade de uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica mundial, sob o efeito de uma recessão nos Estados Unidos. "Não há desequilíbrio a curto prazo entre a oferta e a procura. Creio que o cartel manterá durante sua conferência de Viena seus níveis de produção e, ao mesmo tempo, um discurso responsável e tranquilizador", estima Frédéric Lasserre, da firma Société générale Equity Research. A Opep se mostrará compreensiva se a resposta dos Estados Unidos for moderada, assinalou este especialista, acrescentando, porém, que "se houver muitas vítimas civis, a situação mudará". Dos 11 membros da Opep, todos, com exceção da Venezuela, são países muçulmanos ou com uma forte presença dessa religião em suas respectivas populações. Quando a OPEP se reunir já haverá mais dados para um diagnóstico: os mercados de todo o mundo reabrem hoje sob grande apreensão. A maior parte dos analistas acredita que as bolsas e o mercado financeiro sofrerão mais quedas pesadas nesta semana. A previsão é que, devido ao temor de uma recessão global e da queda aguda dos lucros das empresas, as ações das empresas sofram quedas acentuadas. E os títulos de dívida podem não ter desempenho melhor, à medida que o mercado enfrenta a perspectiva de os governos contraírem mais empréstimos. Com isso, é provável que continue a tendência da fuga de capitais para as opções seguras tradicionais, que variam desde o dinheiro vivo até o ouro, passando por títulos de curto prazo. Artigos A venda de lotes nos becos José Luiz Oliveira Há pelo menos dez anos que as entidades representativas dos policiais militares vêm lutando para se inserir nos programas habitacionais do GDF. Na primeira metade da década passada, quando São Sebastião ainda era chamada Agrovila, o governador Joaquim Roriz foi duramente cobrado durante solenidade em que foi lançada a nova poligonal daquela que viria a ser a Cidade de São Sebastião. Cabos e soldados, com mulheres e filhos, pediam lotes. Não sabiam que o governador já estava com o projeto pronto, desenvolvido pela antiga Shis, e iria anunciá-lo naquele dia. Naquela época, as seções de cartas e o espaço dos jornais destinados às reclamações dos leitores eram repletos de queixas de policiais (geralmente assinadas por parentes) de que não tinham o merecido reconhecimento por parte do governo; que ganhavam pouco e ainda tinham de pagar aluguel. Hoje, como vimos nas últimas duas semanas, a seção de classificados traz anúncios de venda dos lotes que os policiais ganharam nos becos de Ceilândia. Trata-se de local privilegiado, com infra-estrutura pronta. Esses lotes era uma reivindicação antiga, pela qual os policiais brigaram muito. A negociação dos terrenos, porém, nos leva a supor que não estavam tão necessitados assim de moradia. Que a pressão pela concessão dos lotes era apenas mais uma forma de auferir lucro fácil. A suposição é correta, desde que se afaste a generalização. Porque não são todos os policiais que estão vendendo os lotes. A maioria, como registrou este jornal, está construindo. Esta pequena parcela que passa o terreno à frente é porque tem onde morar. Não convence o argumento de que é difícil construir, que não tem dinheiro para erguer a casa. É uma balela, como mostram aqueles que, no mesmo nível salarial, estão construindo. Conclui-se, então, que quem vende mentiu para o governo, pois uma das condições para se enquadrar nos programas é não ter onde morar. A venda de lotes dos programas habitacionais não é novidade. Vem desde o primeiro assentamento no DF. Mas isso não pode servir de pretexto para emperrar uma iniciativa pioneira no País e vitoriosa. Mesmo porque é um número baixíssimo diante das milhares de pessoas beneficiadas. O que não se pode fazer é vistas grossas. Estes lotes precisam ser retomados, como, aliás, já anunciou o governo. Quem vendeu tem de ser punido com a exclusão definitiva dos programas. Procedendo assim o GDF desencoraja novas negociações e mostra que a ilegalidade, assim como o crime, não compensa. Ajudantes de xerife? Paulo José Cunha Existem momentos em que a responsabilidade da imprensa adquire tal importância que chega a assumir o comando estratégico do processo histórico. Pois um desses momentos é agora,13 dias após aquela manhã em que o fim do mundo começou a sair da ficção e a virar realidade ali, ao vivo e em cores muito nítidas, diante de nossos olhos, na tela da tevê. O foco da atenção já não está mais no fato estarrecedor. Deslocou-se para a mídia. Ela é a notícia porque tem o poder de intervir no imaginário. O meio, como queria Mc Luhan, agora é mesmo a mensagem. E por quê? Fatos como o atentado terrorista nos Estados Unidos expressam sua própria importância, dispensam retoques. Como dizem os mexicanos, "los echos son los echos". O ataque foi de tal magnitude que se bastou. Uma jornalista de São Paulo me ligou para perguntar se achava que tinha havido sensacionalismo na transmissão da tragédia pela televisão. Respondi que isso não tinha a menor importância: a tragédia em si mesma foi tão brutal e repulsiva que qualquer tentativa de "esquentá-la", para usar um jargão das redações, teria sido perda de tempo. Até porque seria ridículo alguém colocar um palito de fósforo para ajudar a esquentar as labaredas do inferno em que aquilo lá se transformou. Se alguém o fez, não deu para perceber. Nem faria qualquer diferença. Mas, agora, a situação é outra. É quando a responsabilidade dos meios de comunicação, com ênfase na televisão, cresce assustadoramente. É o momento em que aquele palito de fósforo pode representar a diferença entre a vida e a morte, entre o gênesis e o armagedom. Isso porque a imprensa já não está reportando os fatos tal como se impõem na sua cristalina essência, nus como vieram ao mundo. A partir de agora, os veículos passam a pautar a cobertura a partir dos informes das agências e sob o crivo da subjetividade de seus editores. Aí é onde mora o perigo. As superpotências já descobriram o caráter simbólico das guerras. Elas não significam exclusivamente o que significam, como outrora. No mundo midiático, as guerras adquirem significado a partir da forma como são cobertas pela imprensa, cada vez mais ocupando o espaço de mediação entre a realidade e o imaginário, entre o factual e o ideológico, entre o que ocorreu e a opinião que se formou. É quando se torna fundamental para os governos "construir" a versão que desejam ser adotada como verdadeira. Para isso, todas as armas são lícitas, principalmente a manipulação. Depois que os Estados Unidos levaram a primeira rasteira no final da década de 60, durante a guerra do Vietnã, quando a ampla liberdade de imprensa permitiu que os lares americanos fossem invadidos pelas explosões em que seus boys morriam diante de uma platéia estarrecida, precipitando o fim do conflito, a história mudou. Durante a guerra do Golfo, na década de 90, a imprensa, ao contrário da liberdade com que atuou no Vietnã, foi tão bem controlada que o conflito pela televisão parecia mais um jogo de videogame. Agora, a cobertura do rescaldo do ataque terrorista tem todas as cores da tragédia, menos o vermelho do sangue. O orgulho americano não permite a exibição dessas imagens. Onde os mortos? Alguém viu imagem ou foto de algum ferido? Em compensação, proliferam as imagens de bandeiras americanas. Pior ainda é o alinhamento incondicional à versão adotada pelas grandes redes internacionais que vocalizam a ideologia dominante e a distribuem mundo afora. No Brasil, as redes locais, com pouquíssimas exceções, seguem fielmente a cartilha oficial, repetindo bovinamente um esquema de cobertura de conflitos internacionais bastante conhecido. Na guerra do Golfo, satã era Saddam Hussein; agora, é Osama bin Laden. Definido um inimigo, estamos conversados. Não há contestação, contraponto, contraditório. O discurso é o da mão única: do lado de cá, a verdade, do lado de lá, a mentira. O Bem mora aqui, lá mora o Mal. Mas, como lembra Frei Betto, é difícil identificar prontamente os Estados Unidos como o Bem. A história não permite... Mas o maniqueísmo, açulado pela imprensa americana, transformou-se rapidamente em intolerância a ponto de o próprio presidente George Bush ter de ir a uma mesquita segurar a explosão de violência contra as comunidades islâmicas. Um indiano foi morto. Um brasileiro, espancado. Muçulmanos têm sido humilhados nas ruas. Na internet circulam fotos manipuladas identificando a figura do diabo na fumaça das torres gêmeas. Se persistir a mesma linha de cobertura não é difícil que a intolerância se transforme em onda sem controle, conduzindo populações e governos a um "point of no return". Colunistas Claudio Humberto Os passeios de Tebet Ramez Tebet pode ter feito pouco, nos três meses em que foi ministro da Integração Nacional, mas usou e abusou das diárias, sobretudo nos fins de semana, para locais não indicados. Documentos em poder da coluna revelam que ele recebeu depósitos em sua conta nº 997380632, do Banco do Brasil (agência 2636), referentes a diárias para fins de semana, na maioria dos casos. Em 12 fins de semana, ele viajou sete. Multa milionária A Receita Federal aplicou multa de R$ 50 milhões numa Associação Rio-grandense de Empreiteiros de Obras Públicas, de Porto Alegre, referente a impostos não recolhidos sobre contribuições para a última campanha eleitoral. É a maior multa do gênero. O Leão agora devassa as contas dos políticos (do PMDB) beneficiados pelas "doações". Angra III, o retorno Volta a dar sinal de vida a idéia maluca de retomar a conclusão da usina nuclear de Angra III, exigindo investimentos de US$ 2 bilhões para utilizar uma tecnologia que o mundo moderno rejeita. O lobby é fortíssimo, sobretudo das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, junto ao Planalto e ao Conselho Nacional de Política Energética. Medo da rebordosa O governo federal só não cedeu ao lobby para concluir Angra III porque teme as ameaças de ações populares que obriguem os responsáveis pela decisão a devolver aos cofres públicos o dinheiro gasto na aventura. FhC adiou a discussão, remetendo o tema para o próximo governo, mas as empreiteiras estão indóceis e o pressionam a rever sua posição. Ciro na CPI O presidenciável Ciro Gomes esperneia para evitar seu depoimento na CPI do BEC, que investiga um rombo de R$ 1,2 bilhão no federalizado Banco do Estado do Ceará. Ciro é acusado de beneficiar, quando governador, a Montadora Gurgel com empréstimos camaradas e garantias irrisórias (equipamentos obsoletos da Renault francesa). Queimação na BR A indicação de Júlio Bueno, diretor de Produtos Automotivos, para a presidência da BR Distribuidora, enfrenta problemas: um dossiê entregue ao Planalto mostra que ele está metido no processo nº 014676/1995-8, do TCU, sobre irregularidades dos tempos em que presidiu o Inmetro. Seu padrinho, ministro Francisco Dornelles, tentará contornar o impasse. Dúvida cruel É Armínio "náufrago" ou Armínio (nau) Fraga? Um caso raro O deputado Anivaldo Vale (PSDB-PA), ex-relator, é um raro integrante da extinta CPI das Obras Inacabadas livre da suspeita de extorsão de empreiteiras com obras sob investigação. Vale estava tão impressionado com a "corrida do ouro" (a média dos achaques chegou a R$ 1 milhão por deputado) que decidira não apresentar qualquer relatório. Achaque baiano A finada CPI das Obras Inacabadas exigiu R$ 1,5 milhão à empreiteira OAS, aquela do amigo sogro, para não embaraçar os seus diretores convocando-os a depor sobre as superfaturadas obras do aeroporto de Salvador, rebatizado de Luiz Eduardo Magalhães. Vade Tasso Foi tudo falsidade, na recente visita presidencial ao Ceará. Esta semana, um senador governista ficou impressionado com as alusões de FhC ao governador Tasso Jereissati, numa conversa reservada. Nem Itamar Franco mereceu tantas referências desairosas do presidente. Ataúde voador Os Fokker 100 da TAM colecionam mais de 150 acidentes e incidentes, com mortos e feridos, em dez anos de operação no Brasil. Em média, uma grande dor de cabeça por mês, com vítimas. Por muito menos, os Caravelle da Cruzeiro do Sul foram reexportados para Colômbia e Zaire. Jogadas carlistas ACM teme a liderança do senador Paulo Souto (PFL), o preferido nas pesquisas, por isso tenta substituí-lo por outro candidato a governador da Bahia, em 2002. Enquanto jura que Souto é o seu candidato, autoriza Waldeck Ornéllas a dizer o mesmo, Bahia afora. Mas, no íntimo, é o próprio ACM quem mais sonha com o trono do Palácio de Ondina. Encontro alternativo Vai até 22 de outubro o prazo para ONGs, movimentos sociais e sindicatos se inscreverem no Fórum Social Mundial 2002 (forumsocialmundial.org.br). Quem não tem vínculo com organizações pode participar também, como ouvinte e nas atividades culturais. Contra a guerra Terça haverá no Rio uma Caminhada pela paz. Começa ao meio-dia na Rua Uruguaiana, em frente à estação do metrô. Moeda FhC Agora ninguém mais vai agüentar a pose do homem: para marcar as suas viagens internacionais, FhC autorizou a Presidência a encomendar à Casa da Moeda, por R$ 60 mil, medalhas comemorativas de suas visitas oficiais, com direito a brasão da República e a sorridente carranca presidencial. As medalhas serão presenteadas a autoridades anfitriãs. Poder sem pudor Burros e fiéis Empossado prefeito de Belo Horizonte (MG), Juscelino Kubitschek iniciou um grande rush de obras. Para abrir a Av. Antônio Carlos, criou uma frota auxiliar de veículos – carroças puxadas a burro. Foi um sucesso. Anos mais tarde, quando se recordava daqueles tempos, ele suspirou: – Os burros foram os dez mil servidores mais fiéis da prefeitura! Editorial Mais "maquiagem" Numa época em que a qualidade, a competência e o respeito ao consumidor são itens ainda mais indispensáveis para a conquista do mercado, empresas brasileiras são apanhadas em flagrante reduzindo a quantidade dos produtos que vendem sem qualquer aviso prévio e, pior, sem diminuição do preço. Na sexta-feira, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor multou duas fábricas de biscoitos em R$ 3 milhões por ter reduzido o volume das embalagens de seus produtos sem alertar os consumidores, que continuaram a pagar os mesmos preços. Mas não foram apenas fábricas de biscoitos que adotaram essa prática, chamada eufemisticamente de “maquiagem” de produtos. Fabricantes de cerveja, de sabão em pó e de vários outros produtos foram flagrados diminuindo o volume de seus produtos. Sabe-se que uma indústria adquire prestígio e habilita-se a exportar seus produtos após ganhar a confiança do mercado interno. Após essas “maquiagens”, espera-se que os empresários sérios e o governo punam exemplarmente todos os que resolveram enganar grosseiramente o consumidor para aumentar seus lucros. Se isso não for feito, todo o nosso projeto de construir um mercado interno forte e de exportar para valer, vai por água abaixo. Confiança, aliada à qualidade, é tudo. Se os consumidores brasileiros perderem a confiança em sua indústria, jamais iremos para a frente. Topo da página

09/24/2001


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