Presidente da AEB defende fusão com o Inpe
A possível fusão da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT) com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) para o novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) foi tema de exposição do presidente da AEB, Marco Antonio Raupp, nesta quinta-feira (14). Ele apresentou as propostas da política na 63ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia.
Para Raupp, o momento atual é de refletir os caminhos do atual Programa Espacial Brasileiro (PEB). “É evidente que o sistema atual está deficitário. Não dá só pra manter o sistema que não é produtivo. Perderemos tempo se marcarmos passo nisso”, pontuou em entrevista. A proposta que está sendo discutida, segundo ele, é de incrementar o corpo técnico da AEB. No entanto, Raupp enfatizou que será ainda será necessária a contratação de pelo menos mil funcionários.
A fusão entre a agência e o instituto, que são vinculados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para a criação de um novo órgão espacial está sendo discutida com outros ministérios que têm interesse no desenvolvimento de tecnologias. Segundo Marco Antonio Raupp, os ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e da Defesa, Nelson Jobim, já concordaram com o novo Pnae.
“Ainda temos que falar com outros ministros para então encaminharmos um projeto de lei ao Congresso Nacional. Mas a decisão final será da presidenta [da República], Dilma Rousseff”, lembrou. A previsão do presidente da AEB é que a fusão saia ainda neste ano para começar a executar recursos já em 2012.
Diretrizes
Com a proposta de um orçamento de R$ 1 bilhão por ano até 2020, o novo Pnae engloba nas metas o desenvolvimento de mais satélites que variam de 100kg a mais de duas toneladas. Sabendo da dificuldade para construir esses equipamentos, a Agência Espacial Brasileira propõe que as pesquisas sejam feitas em parcerias com países vizinhos.
“A nossa ideia é montar uma plataforma latino-americana de integração. Estamos conversando com os países vizinhos para saber se há interesses em desenvolver essas atividades em conjunto”, explica Raupp. “Precisamos de equipamentos nossos em órbita a médio prazo. Para ganhar tempo temos que agir em conjunto”.
A parceria entre Brasil e Ucrânia para a construção de um veículo lançador de foguetes também foi abordada na conferência do presidente da AEB. Citada como um exemplo de cooperação internacional, Marco Antonio Raupp garantiu que o voo de teste do foguete será em 2013.
A AEB quer, também, incentivar as universidades a ampliarem a participação no programa espacial. Raupp lembrou que o setor crescerá e vai precisar de novas tecnologias que podem ser criadas pelas instituições de ensino e pesquisa e que precisará cada vez mais de profissionais qualificados.
Fonte:
Ministério da Ciência e Tecnologia
14/07/2011 18:16
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