Primeiro-secretário responsabiliza governo federal por crise energética



Ao comentar as medidas adotadas pelo Senado para economizar energia elétrica, o primeiro-secretário da Casa, senador Carlos Wilson (PPS-PE), criticou o que qualificou de incompetência do governo federal para prever a crise energética que já vinha sendo anunciada por técnicos do setor e tomar as providências necessárias.

- O presidente se mostrou surpreso com uma morte já anunciada. Ficou apelando para a sorte, ficou apelando para São Pedro trazer chuvas abundantes para que não houvesse racionamento - declarou.

Para o senador, o processo de privatização das centrais elétricas foi extremamente danoso, limitando os investimentos na geração de energia. Além disso, continuou, nos últimos anos, estatais como Furnas, "que teve um lucro extraordinário", foram impedidas de investir. O senador condenou ainda ameaças do diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, David Zylbersztajn, de que caso a Justiça acate pedidos de liminares de proteção aos consumidores, a situação vai agravar-se e o Judiciário pode ser responsável pelo apagão.

- Isso é uma falta de respeito. O governo quer dividir a responsabilidade pelo descaso que teve com o povo brasileiro que é só dele. Eu espero que o país, no século 21, não passe pelo vexame de ter que voltar à época do candeeiro. O que o governo de Fernando Henrique fez é um tremendo retrocesso numa área fundamental para a geração de emprego e para o bem-estar da população - disse.

25/05/2001

Agência Senado


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