PT isola "caso Medeiros" para salvar aliança com PL
PT isola "caso Medeiros" para salvar aliança com PL
Com o objetivo de salvar a formação de uma aliança com o PL, a cúpula petista adotou o discurso de que as acusações envolvendo o deputado Luiz Antônio de Medeiros (SP) são um "caso isolado".
As conversas entre os dois partidos deverão continuar.
A posição unificada da direção petista é que o caso é grave, por envolver indícios fortes, devendo, por isso, ser apurado. Mas não o suficiente para comprometer as negociações, já que o deputado, apesar de presidir a seção paulista do PL, tem poder restrito na legenda. Parte do partido é controlado pela Igreja Universal do Reino de Deus.
"O caso é sério e justifica uma investigação pela Câmara, mas sabemos que não é todo o PL que se comporta como o Medeiros", disse o deputado federal José Genoino. "As conversas continuarão", declara o deputado.
Medeiros é acusado por um ex-aliado de ter desviado recursos da central sindical que criou, a Força Sindical.
Ontem, o PT entrou com representação na corregedoria da Câmara pedindo investigação do caso. O autor foi o deputado e sindicalista Jair Meneguelli (SP), ex-presidente da CUT e rival histórico de Medeiros.
Mas o próprio Meneguelli, apesar de dizer que a acusação "prejudica" a negociação, preserva a possível aliança. "Sabemos que nem todos no PL são anjos. Mas isso não nos impede de continuar negociando", diz.
Para a candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, contar com o PL é estratégico.
O petista corre o risco de contar em 2002 com uma aliança restrita a PC do B e, talvez, PDT. O apoio dos liberais, além de contribuir para aumentar o tempo de Lula na TV, ajudaria a reforçar sua condição de candidato de centro-esquerda.
O PL indicaria o vice na chapa, provavelmente o senador José Alencar (MG), empresário do setor têxtil que poderia ainda ajudar no financiamento da campanha.
"Não vamos misturar a conversa institucional entre os partidos com a situação individual de um deputado", afirma o secretário-geral do PT, Geraldo Magella.
O trabalho de contenção do desgaste causado pelas acusações terá de ser feito de forma cuidadosa pelo PT. O episódio alimenta a resistência das alas radicais do partido, que, mesmo antes do ocorrido, já excluíam o PL do campo de alianças. "O PL não é de esquerda e não está no nosso leque. O Medeiros nunca defendeu o interesse dos trabalhadores", diz o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, um dos porta-vozes da "esquerda" petista.
Para ele, o argumento de que é preciso separar o caso Medeiros da negociação com o PL é descabido. "Quando você faz uma coligação, ela é com o partido todo. Não dá para retirar um pedaço."
Aécio pede que corregedor apure caso
O corregedor da Câmara, deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), vai pedir dados fiscais e bancários do deputado Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP) no processo aberto ontem que apura se houve falta de decoro parlamentar.
A corregedoria foi acionada pelo presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), para apurar as acusações contra Medeiros antes mesmo de o pedido de investigação do deputado Jair Meneghelli (PT-SP) chegar à presidência da Casa. Aécio quer dar uma resposta rápida às acusações para evitar que aconteça como no Senado, onde os sucessivos escândalos envolvendo políticos paralisaram os trabalhos. "Isso [a paralisação" jamais ocorrerá na Câmara, porque o meu nome é Aécio Neves", disse o presidente.
Medeiros foi acusado de desviar dinheiro do Ibes (Instituto de Brasileiro de Estudos Sindicais), entidade que presidiu, para uma conta no Commercial Bank de Nova York por seu ex-assessor Wagner Cinchetto, que confessou ter participado do esquema.
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a quebra de sigilo bancário de Cinchetto e do Ibes. O instituto, segundo a acusação, recebeu cerca de US$ 2 milhões de empresas. O Ibes teria arrecadado dinheiro de empresários, com a ajuda do ex-presidente Fernando Collor de Mello, para criar a Força Sindical, central que Medeiros presidiu.
"Vou pedir material da Polícia Federal, da Receita Federal e dados fiscais e bancários do deputado", afirmou Barbosa Neto.
Para obter dados bancários e fiscais, será necessária a quebra de sigilo de Medeiros, o que, segundo Barbosa, é "decisão para daqui a dez dias". O Código de Ética parlamentar, que será promulgado hoje, prevê a possibilidade de o Conselho de Ética requisitar dados sigilosos dos deputados em poder da Mesa. No entanto, a Mesa ainda não possui os dados.
Medeiros vai depor hoje ao corregedor. Depois das conclusões do corregedor, a Mesa vai decidir se o processo será enviado ao Conselho de Ética, que julgará se houve quebra de decoro parlamentar, cuja pena é a cassação.
Governador e Serra negociam apoio recíproco
A menos que ocorra uma profunda mudança no estado de espírito do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) permitindo que os vice-governadores reeleitos em 98 concorram ao cargo do titular dificilmente mudará o quadro das candidaturas governistas já postas à sucessão de Fernando Henrique Cardoso.
Alckmin procura se mostrar decidido: não tem interesse pela Presidência. Seu objetivo é a reeleição para governador.
É nesses termos seu entendimento com José Serra, ministro da Saúde e presidenciável tucano: o governador apóia o ministro, se ele for candidato a presidente em 2002, e Serra apóia Alckmin para o governo paulista. Caso Serra não se viabilize como candidato à cadeira de FHC, disputará o Senado.
A decisão definitiva sobre a possibilidade de Alckmin se candidatar a governador deve ficar para às vésperas das eleições e pode chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Boa parte dos tucanos dá como certo que Alckmin terá direito à reeleição. A torcida contrária é do PFL e dos adversários internos de Serra, como o governador Tasso Jereissati (CE) e os ministros Pimenta da Veiga (Comunicações) e Paulo Renato (Educação).
É essa ala que pode tentar virar o jogo no PSDB e fazer de Alckmin o candidato chapa-branca para presidente, tendo como vice um nome do PFL do Nordeste. A preferência é por Roseana Sarney (MA). Desde que assumiu a atitude de candidato, no evento que o PSDB realizou na semana passada em Goiânia, Serra transformou-se no alvo preferencial de seus adversários no campo oficial.
Os adversários de Serra dizem que Tasso tem o apoio de cinco dos seis governadores tucanos. O maior receio do PSDB é que o acirramento da disputa rache o partido.
Jarbas afirma que não vai disputar prévias
O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), afirmou ontem que não disputará as prévias do partido para a escolha do candidato à Presidência da República, marcada para o dia 20 de janeiro de 2002.
A decisão do governador ocorreu um dia depois de o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, confirmar sua permanência no PMDB. Itamar -que defende o rompimento do partido com a base governista- quer se viabilizar como o pré-candidato à Presidência da ala dos "descontentes" com a atual situação do PMDB.
Segundo Jarbas, disputar as prévias seria contrário à tese que sempre defendeu, de manutenção da coligação, com a escolha de um candidato único entre os aliados. Jarbas condicionava pré-candidatura a uma unidade dos partidos (PSDB, PMDB e PFL) que compõem, hoje, a base de apoio a FHC. O governador criticou a falta de entendimento no PMDB, que está dividido entre o apoio ou não ao governo federal. "Pelos indícios que tenho, vai se dar o partido a Itamar", disse ele.
Jarbas não aceita que a escolha de apoiar ou não o governo esteja vinculada à disputa interna para a definição do candidato peemedebista à sucessão de FHC.
Para ele, o PMDB ainda tem tempo de procurar um "entendimento" interno e com os aliados.
Itamar
Itamar Franco confirmou anteontem a sua permanência no PMDB com uma nota enigmática. "Continuo onde estava, o que significará uma profunda alteração na minha conduta a partir de agora", diz a nota sem entrar em detalhes. Até o último momento do prazo que tinha para trocar de partido, ele manteve o suspense se trocaria de legenda.
Suas idas e vindas e a difícil relação que mantém com a cúpula do partido fizeram com que ele ficasse de fora do programa nacional de TV da legenda, com duração de 20 minutos, que irá ao ar na próxima quinta-feira.
Na semana passada, Itamar recusou o texto levado a ele pelo marqueteiro Edson Barbosa. Disse que queriam transformá-lo em "menino de recados" da prévia.
Serra
Um dia após o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), admitir que já trabalha para viabilizar sua candidatura à Presidência da República, o ministro da Saúde e também presidenciável tucano, José Serra, afirmou que é candidato a, "no mínimo", uma vaga no Senado.
"O cargo ainda não sei, vou ver no ano que vem, mas disputarei [a eleição", com toda a certeza", declarou ontem o ministro, em Cabo de Santo Agostinho, município da Grande Recife escolhido para o lançamento do programa Bolsa-Alimentação em Pernambuco. Em seu discurso, Serra declarou que os programas de saúde que lançava não tinham "cor partidária" e que, no governo, tinha militância bipartidária. Em seguida, ergueu uma criança e beijou sua testa em frente aos fotógrafos.
A platéia, formada por cerca de 500 pessoas, aplaudiu.
Ministro admite ser candidato "no mínimo" ao Senado
Um dia após o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), admitir que já trabalha para viabilizar sua candidatura à Presidência da República, o ministro da Saúde e também presidenciável tucano, José Serra, afirmou que é candidato a, "no mínimo", uma vaga no Senado.
"O cargo ainda não sei, vou ver no ano que vem, mas disputarei [a eleição", com toda a certeza", declarou ontem o ministro, em Cabo de Santo Agostinho, município da Grande Recife escolhido para o lançamento do programa Bolsa-Alimentação em Pernambuco.
Em seu discurso, Serra declarou que os programas de saúde que lançava não tinham "cor partidária" e que, no governo, tinha militância bipartidária. Em seguida, ergueu uma criança e beijou sua testa em frente aos fotógrafos.
A platéia, formada por cerca de 500 pessoas, aplaudiu.
Sem-terra ocupam Senado após ato
Reunidos ontem no auditório Petrônio Portela, do Senado, para participar do Tribunal Popular da Reforma Agrária, centenas de trabalhadores rurais, incluindo integrantes do MST, realizaram uma assembléia e decidiram permanecer no local até que o governo retome as negociações de sua pauta de reivindicações.
Até o início da noite, nenhum representante do governo havia aparecido para negociar, e os trabalhadores ameaçavam passar a noite no auditório do Senado.
"Não ocupamos. Estaremos em vigília permanente nesse prédio, que é o prédio do povo. Essa é a única linguagem que o governo entende", afirmou Gilmar Mauro, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). De acordo com os próprios trabalhadores rurais, os manifestantes eram cerca de 600.
Segundo Mauro, as principais reivindicações são: terra para as 85 mil famílias acampadas, crédito agrário, renegociação das dívidas dos pequenos agricultores e liberação dos convênios já assinados entre Ministério do Desenvolvimento Agrário e Incra.
O tribunal foi realizado pelo Fórum de Entidades pela Reforma Agrária e pela OAB-DF.
Banco Central tenta reintegrar diretora
O Banco Central protocolou ontem recurso contra a decisão da Justiça Federal que, na semana passada, afastou a diretora de Fiscalização da instituição, Tereza Grossi, de seu cargo. A apelação foi apresentada ao TRF (Tribunal Regional Federal) em Brasília.
Na última semana, Tereza foi afastada por determinação do juiz Rafael Paulo Soares Pinto, da 22ª Vara da Justiça Federal, em Brasília. A ação cautelar foi movida pelo Ministério Público Federal, que alega envolvimento ilícito de seis funcionários do Banco Central (entre eles a diretora) na operação de salvamento do banco Marka em janeiro de 1999.
Na ocasião, a maxidesvalorização do real impôs perdas aos bancos. Para evitar que eles quebrassem, o Banco Central vendeu dólares abaixo da cotação do mercado às instituições. Tereza era chefe interina do Departamento de Fiscalização na época em que a operação foi realizada.
Além de ter sido afastada de seu cargo na diretoria do BC, Tereza teve seus bens bloqueados. A ação foi interposta pelos procuradores Alexandre Camanho, Guilherme Schelb e Luiz Francisco de Souza.
Sigilos
A Justiça determinou ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônicos da diretora.
A decisão se estendeu também a outras seis pessoas envolvidas no caso: o dono do banco Marka, Salvatore Cacciola, o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes, os ex-diretores da instituição Cláudio Mauch e Demósthenes Madureira de Pinho Neto, a técnica do banco Maria do Socorro de Carvalho e o consultor do BC Alexandre Pundek. A quebra dos sigilos atinge o período de 1º de setembro de 98 a 1º de março de 99.
No ano passado, uma liminar concedida pela Justiça Federal em Brasília já havia afastado Tereza da diretoria do BC, também pelo seu envolvimento no caso Marka. Depois de alguns dias de afastamento, a liminar foi cassada e Tereza pôde reassumir o cargo.
Artigos
Uma voz sem opinião
FERNANDO RODRIGUES
BRASÍLIA - Havia três opções principais para o governo do Brasil depois que os Estados Unidos atacaram militarmente o Afeganistão: condenar os ataques, apoiá-los ou dizer que se manteria neutro.
Apesar de vários ministros já terem declarado apoio explícito à ofensiva militar dos EUA, o presidente Fernando Henrique Cardoso tergiversou em suas aparições públicas. Não apoiou, não criticou nem ficou neutro. Fez dois pronunciamentos oficiais que pouco esclarecem.
No domingo à tarde, FHC distribuiu uma nota oficial. No trecho em que fica mais próximo de emitir um juízo de valor sobre os ataques ao Afeganistão, afirma: "Nossa posição é clara [sic]. Se repudiamos o terrorismo em todas as suas formas, e quaisquer que sejam suas origens, estamos também do lado da racionalidade e da sensatez".
O que é estar do lado da racionalidade e da sensatez? Apoiar ou condenar os ataques? Não é possível inferir pelo que está escrito na nota.
No dia seguinte, segunda-feira à noite, FHC apareceu com ar grave em rede nacional de TV. Pouco acrescentou. Eis alguns trechos em que o presidente exercita o sofisma com sua habitual maestria:
"Os EUA estão respondendo, com amplo apoio internacional, a uma situação de conflito sem precedentes. (...) Cabe ao Brasil, nesta hora em que os ânimos e as paixões se exaltam, ter uma palavra firme de apoio e de racionalidade. (...) Quero deixar claro [sic] que se, por um lado, o Brasil se coloca firmemente contra o terrorismo, o Brasil estará também firmemente ao lado da razão".
É notória a dificuldade de tucanos com a formulação de frases diretas. Afirmações taxativas, com sujeito, verbo e predicado, nessa ordem, não é com eles. Mas talvez desta vez o presidente devesse tentar.
Até porque FHC disse na TV que "o Brasil continuará a fazer ouvir a sua voz". É pouco.
Seria melhor também ouvir a opinião do presidente da República.
Colunistas
PAINEL
Veto pefelista
Em conversas com aliados ontem, Roseana Sarney (PFL) disse que ainda não sabe se disputará a eleição presidencial. Mas deixou bem claro que jamais apoiará José Serra. Segundo a governadora, o ministro da Saúde patrocina o PSDB maranhense, seu grande inimigo local.
Não emplaca
Roseana (MA) admite a possibilidade de apoiar o governador Tasso Jereissati, que, na sua visão, não está contaminado pelo desgaste político de FHC. Mas a governadora considera remotas as chances de a candidatura do tucano cearense decolar.
Sonho maranhense
No fundo, Roseana está cada vez mais animada com a possibilidade de disputar a sucessão. Chega a dizer que, em razão do fraco desempenho dos tucanos nas pesquisas, sua candidatura poderá tornar-se irreversível.
Ameaça baiana
O PFL da Bahia, liderado por ACM, também não aceita apoiar José Serra. O ex-senador ameaça ceder seu palanque a Ciro Gomes ou a Itamar Franco se o partido não lançar Roseana.
Parece, mas não é
Piada que circula na internet: "O FBI e a CIA procuram um milionário árabe, obcecado pelo poder, adorado por seus seguidores e com US$ 200 mi no exterior". No final, não aparece a foto de Osama, mas a de Maluf.
Feudo familiar
Respaldado pelo TSE, Esperidião Amin deve disputar o Senado e lançar sua mulher, Angela, à sua sucessão em SC. O TSE permitiu que mulheres sucedam a maridos em primeiro mandato, desde que renunciem a seis meses do fim da gestão.
Lei para os outros
Somente um funcionário do segundo escalão do governo, candidato em 2002, cumpriu a determinação de deixar o cargo até o último sábado: Delcídio Gomes, diretor da Petrobras, que se filiou ao PT.
Vitrine nacional
A Prefeitura de São Paulo gastou com publicidade praticamente o mesmo que o governo paulista no período de janeiro a outubro de 2001.
Imagem é tudo
Marta Suplicy já destinou este ano R$ 17,1 milhões para a publicidade (verba liquidada do Orçamento). Geraldo Alckmin repassou R$ 17,6 milhões. Detalhe: o Orçamento total do município é de R$ 8,1 bilhões. O do Estado, de R$ 43,38 bilhões.
Propaganda concentrada
Em 2000, ano eleitoral, o tucanato paulista foi bem mais generoso com a publicidade. O governo do Estado gastou R$ 40,8 milhões no setor, muito mais do que a média verificada entre 1996 a 1999 (R$ 24,1 milhões).
Mania de grandeza
O senador Renan Calheiros (PMDB) bancou o ministro anteontem. "Inaugurou" um trevo em São Sebastião, em Alagoas, construído pela União. Nem o ministro Eliseu Padilha (Transportes) nem o governador Ronaldo Lessa estavam presentes.
Sem extremismo
Anthony Garotinho (PSB-RJ) começou a procurar a Igreja Católica. Ontem, o governador esteve com o arcebispo de Campinas, d. Gilberto Lopes. O presidenciável quer desfazer a imagem de "candidato evangélico".
Cara na porta
Não houve o encontro de Brizola com Ciro Gomes no Rio. O pedetista, que ficou incomodado com a filiação de Antonio Britto ao PPS, mandou avisar ao presidenciável que prefere "esperar a poeira baixar".
Vaga apertada
O senador carlista Waldeck Ornélas (PFL-BA) terá de se contentar em disputar a Câmara se ACM decidir mesmo concorrer ao Senado em 2002. Ou em ser candidato a vice na chapa de Paulo Souto ao governo da Bahia. A outra vaga na disputa ao Senado será de César Borges
TIROTEIO
Do deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), sobre a não-filiação de Pedro Malan ao PSDB e a disputa no tucanato pela candidatura à sucessão de FHC:
- Malan não teve coragem de entrar no PSDB. Percebeu que o partido vive um processo fratricida por causa da eleição.
CONTRAPONTO
Materialista da bola
Célio de Castro filiou-se dias atrás ao PT. O prefeito de Belo Horizonte (MG), que foi eleito pelo PSB, enfrenta um período tumultuado na cidade, com crise na educação e greve de médicos. Antes de sua filiação, militantes da esquerda do PT chegaram a distribuir um adesivo na cidade em protesto contra a entrada do prefeito no partido:
- No PT, não! Senhor Célio, procure outro (lugar).
Na cerimônia de filiação, Célio fez um longo discurso com várias citações de Marx.
O deputado Tilden Santiago, que assistia ao discurso e acompanhara de perto os problemas na educação e na saúde, não deixou passar a oportunidade.
Rindo, virou-se para um assessor e ironizou:
- Conheço o Célio há mais de 20 anos. Tenho dúvidas se ele está se referindo realmente a Karl Marx ou ao Marques, artilheiro do Atlético Mineiro.
Editorial
VÍTIMAS CIVIS
A destruição de um escritório das Nações Unidas nas cercanias de Cabul e a morte de quatro de seus funcionários são o primeiro golpe contra a unidade da coalizão internacional que sustenta os bombardeios ao Afeganistão.
Ficou famoso na Guerra do Golfo, em 1991, o adjetivo "cirúrgico" para qualificar a precisão com que os mísseis e as bombas de nova geração atingiam seus alvos, minimizando as baixas na população civil. Finda a fase mais ostensiva daquele conflito, percebeu-se que o encantamento que esse termo produzia em parte do público só era possível porque o trabalho da imprensa independente foi altamente prejudicado. O Iraque -que sofre bombardeios frequentes até hoje- foi devastado pelo fogo da coalizão liderada pelos Estados Unidos. E o conflito produziu perto de 100 mil mortos.
Civis foram e serão atingidos na ofensiva norte-americana no Afeganistão seja porque o bombardeio cai sobre áreas urbanas, densamente povoadas, seja porque erros são cometidos nos ataques. Parece ter sido este o caso da destruição do escritório da ONU.
Um diplomático mas certeiro discurso crítico foi entabulado pela porta-voz do serviço de ajuda humanitária das Nações Unidas no Paquistão: "É preciso distinguir entre os que combatem e as pessoas inocentes." E o fato de que essa distinção, num bombardeio maciço como o atual, é impossível em 100% dos casos promete tornar-se um grande obstáculo à aliança antiterror se os Estados Unidos insistirem nesse tipo de ofensiva por longo tempo.
Para conciliar o imperativo de desmantelar a trama terrorista que tem guarida no Afeganistão com o de evitar baixas na população civil, é preciso que os bombardeios cessem o quanto antes. Bombas e mísseis matam civis inocentes e estão longe de ser suficientes para atingir um inimigo que se esconde nas montanhas.
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10/10/2001
PL dá apoio a Medeiros, e PT ainda insiste na aliança
Temporal de 12 horas mata 36, pára o Rio e isola Região Serrana
Roseana sobe e se isola no 2º lugar
Lula diz que vitória do PT não isola o Brasil
Lula sobe e Serra se isola em 2
Crise isola presidente argentino
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