Quintanilha: tensão no campo requer a ação dos três poderes
A intensificação de invasões e saques por parte dos trabalhadores rurais sem terra mostra que é preciso avaliar com urgência a eficácia da política fundiária do governo federal, afirmou o senador Leomar Quintanilha (PFL-TO). Ele considerou que a solução para os conflitos no campo exige uma ação conjunta dos três poderes republicanos - Executivo, Legislativo e Judiciário.
Nos últimos dias, conforme o senador, 90 lavradores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desviaram quatro caminhões de uma rodovia estadual em Pernambuco, fizeram quatro reféns e saquearam pelo menos um dos veículos. Os sem-terra alegaram que agiram dessa forma porque o governo não teria entregue as 1.500 cestas básicas prometidas no âmbito do programa Fome Zero.
Para o senador, os responsáveis por essas ações devem ser apontados e punidos.
- Não se trata de discutir a legitimidade do movimento dos trabalhadores sem terra, pois num ambiente democrático como o nosso é natural que os diversos segmentos sociais se organizem e reivindiquem os seus direitos. Entretanto, os ânimos no campo estão exaltados e o governo federal é quase sempre refém da intransigência do movimento.
O parlamentar tocantinense afirmou que há pessoas estranhas ao meio rural que se infiltram no MST com finalidades diferentes das do movimento, que busca garantir subsistência às famílias rurais. Dessa forma, defendeu, é preciso acelerar o assentamento daqueles que realmente querem tirar do campo o seu sustento.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, quase 1 milhão de famílias já foram assentadas desde 1964 no Brasil. No entanto, há cerca de 800 mil famílias cadastradas no programa de reforma agrária que aguardam a oportunidade de serem assentadas.
03/07/2003
Agência Senado
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