REQUERIMENTO DE SUPLICY CONVOCA GENERAL ALBERTO CARDOSO
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) comunicou nesta terça-feira (dia 10) ao plenário ter encaminhado ao presidente da Comissão de Fiscalização e Controle requerimento de convocação do ministro- chefe da Casa Militar, general Alberto Mendes Cardoso. Suplicy quer que o general esclareça investigações conduzidas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre conversações gravadas mediante "grampo" no BNDES e sobre documentos que apontariam a existência nas ilhas Cayman de uma empresa cujos sócios seriam o presidente da República; o ministro da Saúde, José Serra; o governador de São Paulo, Mário Covas; e o ex-ministro Sérgio Motta.Em sua justificativa, Suplicy disse que a venda da Telebrás foi a maior privatização já realizada desde que o governo começou a alienar empresas estatais. "A mais remota possibilidade de essa operação estar eivada de vício preocupa toda a nação", afirmou o parlamentar, argumentando que negociações desse porte envolvem grandes somas, podendo propiciar, inclusive, tráfico de influência. Conforme o parlamentar, na gravação dessas conversas, apareceriam como principais personagens o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros e o atual presidente do BNDES, André Lara Resende.Conforme Suplicy, foi pouco tempo depois da venda da Telebrás que o ministro José Serra revelou ao ministro-chefe da Casa Militar que estava sendo alvo de chantagem, segundo a qual figurava como um dos titulares de uma conta bancária nas Ilhas Cayman, conhecidas como paraíso fiscal. "Considerando as atribuições constitucionais do Senado Federal, a convocação do general Cardoso é de fundamental importância", justificou-se Suplicy, lembrando que a Casa tem a incumbência constitucional de apurar os atos do Poder Executivo.
10/11/1998
Agência Senado
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