REQUIÃO SUGERE MUDANÇAS NA LEI ELEITORAL



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) sugeriu nesta segunda-feira (dia 20) mudanças na legislação eleitoral. Lembrando que se encontra na Câmara dos Deputados proposta de sua autoria neste sentido, Requião defendeu a adoção de um sistema de listas partidárias, abertas e fechadas, o estabelecimento de princípios claros para definir a fidelidade partidária, restrições a coligações partidárias, a erradicação do instituto do domicílio eleitoral e a criação do financiamento público de campanhas.

Para Requião, não são democráticas as exigências legais que estabelecem o prazo de quatro anos de filiação partidária e o de um ano para domicílio eleitoral, para o lançamento de candidaturas. Além disso, o senador também considerou prejudicial ao eleitor a redução do prazo de campanha e defendeu que se retome o prazo de 60 dias. Segundo ele, isso beneficia apenas quem já está no poder. Requião acredita que é preciso haver liberdade total de candidatura e lembrou que o instituto do prazo de domicílio eleitoral "foi forjado na ditadura".

O estabelecimento de princípios claros para a fidelidade partidária, segundo o senador, seriam preferíveis à exigência de prazo de filiação. Requião explicou que determinadas cláusulas dos programas partidários deveriam ser consideradas pétreas e caso o candidato eleito votasse contrário a uma delas, o próprio partido trataria de excluí-lo e substituí-lo pelo seguinte na lista.

Requião disse que o financiamento público de campanhas não acaba com o financiamento privado, mas poderia ser uma espécie de "enfermaria geral" que garantiria as condições mínimas para que candidatos sem recursos possam participar das eleições. Para ele, o financiamento público representa a possibilidade de continuidade do processo democrático brasileiro.

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) salientou a necessidade do Congresso Nacional votar a reforma política até um ano antes das próximas eleições, sob pena de "passar o vexame" de enfrentar as mesmas incoerências de hoje. Para Tebet, a maior contradição da legislação eleitoral se encontra na lei das inelegibilidades, pois permite que um prefeito concorra no exercício do cargo e o secretário municipal seja obrigado a se desincompatibilizar.

20/11/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


REQUIÃO CRITICA SENTENÇAS E DEFENDE MUDANÇAS NA LEI ELEITORAL

Requião sugere mudanças na política externa brasileira

REQUIÃO DEFENDE FIM DA JUSTIÇA ELEITORAL

Requião contesta ação do STF por crime eleitoral

REQUIÃO PROTESTA CONTRA DECISÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL

PARA REQUIÃO, BRASIL VIVE "FARSA ELEITORAL"