Rosseto abre o jogo: quer ser vice de Olívio
Rosseto abre o jogo: quer ser vice de Olívio
Dia de visita no Palácio Piratini: dois candidatos ao Senado, Emília e Paim, vão conferir as tendências palacianas.
O vice-govemador Miguel Rossetto anunciou ontem que "apóia a escolha de Olívio Dutra como candidato de consenso do PT ao governo do Estado e quer ser novamente candidato a vice-governador nessa chapa". O comunicado foi feito ontem, à tarde, durante a visita do deputado federal Paulo Paim, pré-candidato ao Senado.
Rossetto aproveitou para defender a escolha dos candidatos na chapa majoritária por consenso, evitando a realização de prévias no PT.
O PT tem como pré-candidato ao governo do Estado o atual governador, Olívio Dutra, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro e o ex-prefeito Raul Pont. Para o Senado, figuram a senadora Emilia Fernandes, o deputado federal Paulo Paim e o chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii.
Rossetto, que chegou a lançar sua candidatura ao governo, defende agora a reeleição de Olívio. "É evidente que o governador do Estado, ao confirmar sua candidatura à reeleição para dar continuidade ao projeto da Frente Popular, representa um fator importante para iniciar o processo de entendimento político interno no partido”, afirma.
Dizendo-se “muito animado e com enorme disposição para enfrentar essa disputa política”, Rosseto aproveitou para mandar um recado aos opositores: “Temos muita segurança em afirmar que todos os compromissos assumidos pelo governo foram ou estão sendo cumpridos nesta administração”.
Encontro faz Simon se sentir único no PMDB
No lançamento de Simon à presidência, Michel Temer ressaltou a unidade da sigla, diante de mais de 600 pessoas.
O senador Pedro Simon, pré-candidato do PMDB à Presidência da República, afirmou ontem, em São Paulo, que a candidatura do ministro José Serra pelo PSDB representa "uma decisão de cima para baixo" do presidente Fernando Henrique. "Tanto que o Tasso teve de retirar seu nome", argumentou, referindo-se ao governador do Ceará, Tasso Jereissati.
Durante o ato de apresentação de sua candidatura, Simon reuniu os presidentes nacional do PMDB, Michel Temer (SP), e estadual, Orestes Quércia, além do ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha. Toda a bancada federal do PMDB, prefeitos e vereadores de São Paulo e outros mais de 600 peemedebistas prestigiaram o evento. "Para mim, foi o lançamento oficial da minha campanha", comemorou.
O senador frisou que o partido está coeso em tomo da candidatura própria. O significado do evento foi ressaltado também por Temer: “A unidade do PMDB começa neste instante.”
Chamando o PMDB de “MDB”, o senador observou que sua legenda é diferente. “Fizemos uma convenção e, por 98,7% dos votos, decidimos que o PMDB terá candidato, a ser definido em pré-via”, comentou.
“Aqui não acontece o que ocorre no PSDB nem no PT, em que Suplicy se esforça, mas as figuras do seu partido estão ridicularizando o que ele faz”, emendou, ao mencionar o empenho do senador Eduardo Suplicy (SP) para marcar debates com Lula, presidente de honra do PT.
Simon admitiu as divergências internas. “Mas nunca vamos ser um partido como o PFL, que tem comando, que dirige, que dá ordem. Nem como o PPB, antigo PDS, que é acostumado ao lema “quem manda, manda; quem não manda, obedece”, ressalvou.
Temer lembrou que as relações entre os companheiros sempre foram boas. “Mas dá para dizer que, a partir de hoje, melhoraram bastante”, Brincou Simon.
Itamar poderá ser processado.
O vice-presidente Superior Tribunal de justiça (STJ), ministro Nilson Naves, enviou um ofício à Assembléia Legislativa de Minas Gerais para que os deputados decidam sobre o pedido do Ministério Público Federal para processar o governador do Estado, Itamar Franco. O MPF denunciou o governador por calúnia e difamação contra o presidente Fernando Henrique, em acusações publicadas em jornais de circulação nacional.
o governador teria afirmado, em setembro do ano passado, que FHC estaria manipulando as eleições à presidência do PMDB, liberando verbas para peemedebistas em troca de votos para Michel Temer (SP), na convenção do partido. Itamar também teria levantado a possibilidade de FHC fraudar as eleições presidenciais para continuar no poder.
Serra promete fazer tudo contra a desigualdade
Ministro oficializa sua candidatura e recebe o apoio dos tucanos. Roseana Sarney também desejou “boa sorte”.
O ministro da Saúde, José Serra, lançou ontem sua pré-candidatura no PSDB para concorrer à presidência da República. A solenidade foi realizada na Câmara Federal, com a presença dos prinicpais líderes do partido o presidente da Casa, deputado Aécio Neves, foi que abriu a solenidade.
Em seu discurso, Serra disse que é candidato, com a determinação de trabalhar pelo progresso do Brasil como um todo. O lema da sua pré-candidatura será: "Nada contra a estabilidade. Tudo contra a desigualdade”. Mantendo um tom conciliador, Serra firmou seu compromisso de manter as conquistas do atual governo.
O presidente nacional do PSDB, deputado federal Paulista José Aníbal, disse que o partido se manterá unido para eleger Serra. Já o governador do Ceará, Tasso Jereissati, descartou de vez sua candidatura à presidência da República, dizendo acreditar que foi preterido pelas lideranças tucanas, mas permaneceu ao lado do ministro durante toda a cerimônia.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), também foi cautelosa ao comentar o lançamento de Serra. “Não tive a oportunidade de ver, estava gravando o programa, mas desejo boa sorte ao ministro”, afirmou. Ela não soube dizer se a entrada dele na disputa altera os rumos da candidatura pefelista e afirmou que não é candidata, “depende da conjuntura, das coisas boas”.
O único não-tucano, porém, citado no discurso de Serra foi o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, pré-candidato do PMDB à presidência e um dos maiores críticos de Fernando Henrique. O ministro lembrou que foi Itamar, durante seu governo, que levou FHC ao Ministério da Fazenda, onde teve a oportunidade de lançar o Plano Real, base de sua candidatura à presidência em 1994.
Serra afirmou que o Plano Real ajudou a melhorar a vida das pessoas, e que vai fazer “aquilo que não foi possível realizar no atual governo”, sem, no entanto, citar o que deixou de ser feito. O ministro se incluiu entre os políticos que ajudaram a consolidar o Plano Real.
FHC diz que está tranqüilo
O presidente Fernando Henrique Cardoso deixou Kiev ontem de volta a Brasília, depois de cinco dias de viagem entre a Rússia e a Ucrânia, decidido a não falar sobre o lançamento da pré-candidatura do ministro da Saúde, José Serra, à presidência da República.
Por não estar acompanhando de perto o processo sucessório, FH disse que "quando eu chegar ao Brasil, vou me informar". O presidente afirmou estar tranqüilo em relação ao lançamento da pré-candidatura de José Serra, que é apontado como o seu candidato à sucessão. Para fugir das insistentes perguntas sobre a insatisfação de Tasso Jereissati, declarou: "Tudo isso são fatos normais que ocorrem. Um é candidato, outro apóia, outro não apóia, quem vai decidir mesmo é o voto."
Ontem pela manhã, Fernando Henrique despediu-se do presidente ucraniano, Leonid Kutchma, e visitou o principal ponto turístico de Kiev, um antigo mosteiro com diversas igrejas em estilo ortodoxo.
Em entrevista antes de viajar, o presidente disse que, apesar de a globalização ser um processo natural, se não houver uma reorganização das instituições mundiais, ela irá atropelar alguns países. Segundo FHC, isso não está acontecendo com o Brasil por causa do desenvolvimento das últimas décadas.
Gasolina por 20% menos só depende do ICMS
Deputados da Fiscalização e Controle dizem que Governo do Estado pode reduzir em 9 centavos o valor presumido do litro
O preço médio do litro gasolina em Porto Alegre poderia chegar a R$ 1,49. Isso se o governo estadual baixasse em R$ 0,09 o valor sobre o qual incide a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A conclusão é dos deputados da Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa e dos representantes do Ministério Público, distribuidoras e revendedores, que se reuniram ontem para discutir o preço praticado no Estado.
O valor médio do litro é de R$ 1,59 e o governo está cobrando ICMS sobre R$ 1,86. "O preço base do combustível no Estado, para efeito de cobrança do tributo, está superfaturado. Deveria ser de R$ 1,50, conforme a média dos valores cobrados na bomba", diz o presidente da Comissão, deputado Berfran Rosado (PPS). Segundo ele, a redução do preço base permitiria a economia de R$ 0,07 a R$ 0,09 por litro. Na região Metropolitana, o litro custaria R$ 1,49, enquanto no interior, seria R$ 1,55.
O Diretor de Marketing da Distribuidora de Produtos de Petróleo lpiranga, Alfredo Tellechea, disse que a empresa já repassou aos revendedores a redução de R$ 0,04 por litro anunciada na semana passada. “Entretanto, para atingir a queda de 18% a 20%, estimada pelo governo federal, aguardamos nova redução no ICMS. “O governo foi convidado para a reunião mas não compareceu.
O deputado José Gomes (PT), que falou pelo governo, disse que a Secretaria Estadual da Fazenda está abrindo mão de receita com o objetivo de forçar a queda do preço na bomba. “Houve redução de preço nas refinarias e no valor do ICMS. Se não diminui o preço, o problema é do governo federal e dos pontos, que não fazem a lição de casa.”
Carta- O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes), Gil Siuffo, enviou uma carta ao secretário de Direito Econômico, Paulo de Tarso Lira, acusando-o de culpar os postos pela queda menor do preço do produto. A SDE respondeu com uma nota oficial, dizendo que é um órgão de investigação de abuso do poder econômico, e o mais grave é o cartel.
O governo desistiu de criar uma delegacia na Polícia Federal especializada em delitos para combater o cartel, conforme foi anunciado na quarta-feira pelo Ministério da Justiça. Segundo o ministro Aloysio Nunes Ferreira o governo preferiu aproveitar a estrutura da própria PF.
Editorial
O CAMINHO DA RECUPERAÇÃO
Distúrbios de rua, panelaços, protestos contra os saques limitados. A Argentina não consegue sair da crise. O país vizinho está com sua economia total e completamente desorganizada. A recessão tomou conta do país nos últimos três anos. A taxa oficial de desemprego é de 18%. Empresas e famílias estão altamente endividadas. Nos últimos meses, diante da iminente desvalorização do peso, ocorreu uma imensa evasão de divisas. O que o mundo todo pergunta é por que a Argentina perdeu o rumo. Nas primeiras décadas do século passado, figurava entre as nações mais ricas - era a sétima no critério de renda per capita. O que aconteceu é que houve, a partir da década de 40, uma sucessão de erros históricos. A simpatia pelo fascismo, o abrigo aos oficiais nazistas ao final da 2 ª Guerra Mundial, o governo populista de Perón e Evita, o regime militar dos anos 70, a derrota para a Inglaterra na Guerra das Malvinas deixaram marcas
profundas na alma argentina.
Nos anos 80, o fortalecimento da União Cívica Radical, com Raul Alfonsín conseguindo vencer o peronismo, longe de significar avanço, trouxe caos econômico e social. Desgastado, Alfonsín teve de renunciar e deu lugar a Menem. Embora considerado demagogo e folclórico, com a reforma monetária e a lei de conversibilidade de Domingo Cavallo, ele venceu a inflação. Mas, ao reeleger-se, Menem não levou adiante as reformas fiscais e previdenciárias que poderiam tornar sólida a economia.
A paridade do peso com o dólar foi uma ilusão que só agora acabou. As medidas tomadas pelo presidente Eduardo Duhalde podem não ser as ideais, mas precisam do apoio popular para que a casa seja posta em ordem. Com a desvalorização do peso, a Argentina está mais pobre, mas este é o preço para começar a trilhar o caminho da recuperação.
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01/18/2002
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