SATURNINO QUER EXPLICAÇÕES SOBRE SUBSÍDIOS AO SETOR PETROQUÍMICO



O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) manifestou sua incompreensão com o fato de o governo federal ter ampliado os subsídios fornecidos à indústria petroquímica ao mesmo tempo em que exerce um rigoroso controle com as contas públicas, em nome do equilíbrio fiscal. Ele cobrou uma explicação do governo ao Senado sobre a suposta contradição de favorecer um ramo industrial, em detrimento de outros gastos de interesse dos trabalhadores e aposentados ou importantes para o desenvolvimento do país.
Até o final de 1998, segundo Roberto Saturnino, o governo federal pagava R$ 40 por tonelada para cobrir a diferença entre o custo da nafta (matéria-prima fundamental para a indústria petroquímica) produzida pela Petrobras e o preço que era vendida às petroquímicas. No início deste ano, o valor subiu para 240 reais por tonelada, o que representou um salto no que o governo gasta anualmente com este subsídio de R$ 360 milhões para R$ 2,1 bilhões.
- O governo federal tem sido muito rigoroso no controle de suas contas, cortando gastos até de natureza social. Também cobra rigor dos estados e é mais rigoroso ainda com os trabalhadores, como se vê agora na revisão do valor do salário mínimo. Mas no caso da indústria petroquímica todo este rigor desaparece, e o governo tem sido até generosíssimo, desde que a Petrobras se afastou do setor - afirmou Roberto Saturnino.
Frisando não ser contra a concessão de subsídios, Roberto Saturnino salientou que outras áreas da indústria, até com maior caráter social e que empregam um grande número de pessoas, não estão recebendo os mesmos incentivos. O senador disse também que valor pago como subsídio foi aumentado através de uma exposição de motivos de circulação restrita, sem que fosse publicada no Diário Oficial da União.
Roberto Saturnino também pediu ao governo um esclarecimento a respeito da reestruturação administrativa que está sendo feita na Petrobras, que implicou na divisão do departamento de engenharia da empresa. O senador pediu maiores detalhes sobre a decisão, que, na sua opinião, poderá atrapalhar o desenvolvimento das atividades ligadas à área de engenharia.

06/04/2000

Agência Senado


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