Serra e Garotinho têm empate técnico










Serra e Garotinho têm empate técnico
Lula continua em primeiro lugar na pesquisa do Ibope, com 41% de preferência dos eleitores

RIO - O candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, manteve o mesmo percentual de intenções de voto da semana passada, isto é, 41%, segundo a última pesquisa do Ibope, divulgada ontem pelo Jornal Nacional, faltando apenas doze dias para as eleições. O candidato do PSDB, José Serra, perdeu um ponto e está com 18%, empatado tecnicamente com Anthony Garotinho, o representante do PSB, que tem 15% da preferência do eleitorado, dois a mais do que na consulta anterior. Outro empate técnico foi registrado entre Anthony Garotinho e o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), Ciro Gomes, que está em quarto lugar, com 12%.

A pesquisa mostra que a estratégia dos programas do tucano José Serra no horário gratuito, que de terça-feira passada até a tarde do último sábado priorizaram os ataques a Lula e ao PT, não mudaram a tendência do quadro eleitoral. Considerando-se apenas os votos válidos (excluindo-se os votos em branco, nulos e os indecisos), Lula está com 48%, a dois pontosde uma vitória no primeiro turno das eleições.

O índice de rejeição de José Serra foi o que mais cresceu entre os quatro principais candidatos, passando de 26% para 29%. Já o índice de Ciro Gomes manteve os 27% de rejeição da semana passada, enquanto Lula manteve o mesmo resultado: 26%.

Garotinho também manteve o índice de rejeição em 24%, igual ao da pesquisa anterior.

O Ibope ouviu 3.000 eleitores entre os dias 21 e 24, em 203 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto para mais ou para menos.

Nas simulações para o segundo turno, Lula ampliou de 17 para vinte pontos sua vantagem sobre Serra, a quem venceria por 55% a 35%, contra 53% a 36% da pesquisa realizada há uma semana. Caso a disputa fosse contra Ciro, a vantagem do petista seria de 56% a 32%, contra 55% a 32% da consulta anterior. Contra Garotinho, a diferença diminuiu. Hoje, Lula derrotaria o candidato do PSB por 55% a 34%, contra 55% a 33% da semana passada.

Com a proximidade do primeiro turno, cresce no eleitorado a impressão deque Lula vencerá as eleições. Nesta nova rodada de pesquisa Ibope, Lula é mencionado como próximo presidente da República por 58% das pessoas entrevistadas.


Meta de arrecadação do ICMS é chegar a R$ 483,3 milhões
Sindifisco considera valor alto e vai negociar com Secretaria da Fazenda

A meta de arrecadação do ICMS do Governo do Estado para o bimestre setembro-outubro é ousada. Pelos números publicados ontem no Diario Oficial, a receita de impostos deverá atingir o patamar de R$ 483,3 milhões nos dois penúltimos meses de 2002. É o valor mais alto de ICMS estimado desde o início deste ano. Para os auditores da secretaria da Fazenda obterem a Gratificação de Atividade Fazendária (GRAF) no valor de 16,67% terão que alcançar 100% da meta fiscal. A remuneração extra é paga junto com o salário do mês de novembro. O Sindifisco considera o valor alto e vai renegociar com o secretário Jorge Jatobá a redução da meta bimestral.

O argumento do Sindifisco é de que a Fazenda colocou o valor da meta fiscal superior ao valor estipulado no Plano Estratégico para 2003, que havia fixado a arrecadação do ICMS em R$ 474 milhões para o bimestre setembro-outubro. Ana Olívia Reinaldo, presidente em exercício do Sindifisco, disse que vai ser difícil alcançar 100% da meta porque aatividade econômica só melhora em outubro, com a proximidade das festas do final do ano.

Pela tabela com as metas fiscais do atual bimestre, a arrecadação mínima prevista é de R$ 443,3 milhões. Se a receita de impostos não ultrapassar esse valor, os fazendários não terão direito à gratificação salarial em novembro. A partir desse patamar são estimados valores ascendentes com percentual diferenciado de remuneração. Com o valor máximo de R$ 483 milhões alcançado, a remuneração extra será de 16,67%, calculada em cima do salário dos auditores. Ainda faltam ser definidas pelo secretário Jorge Jatobá as metas gerenciais, qua também somam no cálculo da GRAF.

DESEMPENHO - Levantamento realizado pelo Sindifisco mostra que a meta máxima (100%) de arrecadação foi alcançada nos bimestres janeiro-fevereiro e julho-agosto. Nos meses de março-abril os auditores só conseguiram atingir 65% da meta. No bimestre maio-junho faltou apenas 5% para a meta máxima ser obtida. Ana Olívia disse que esses resultados demonstram o esforço dos auditores para ampliar a arrecadação, e a necessidade do descongelamento do plano de cargos e carreiras (PCCV).

O DIARIO procurou o secretário da Fazenda, Jorge Jatobá, para comentar a avaliação do Sindifisco. A assessoria de Imprensa informou que hoje o secretário concederá entrevista para falar sobre as metas de arrecadação, bem como, o fechamento das novas metas do programa de Ajuste Fiscal com o Tesouro Nacional.

Os Governos dos Estados decidiram renegociar as metas do Programa de Ajuste para o biênio 2002/2004 em função da crise cambial e do novo cenário econômico para o próximo ano. A subida do dólar provocou o aumento da dívida pública, comprometendo as metas de endividamento dos Estados. Terão que ser revistas também as metas de arrecadação e de superávit primário, além dos valores de comprometimento da receita corrente líquida com a despesa de pessoal.


Gasolina pode aumentar antes das eleições
Petrobras diz que a decisão do reajuste não é política e aguarda apenas equilíbrio na cotação do dólar

O presidente da Petrobras, Francisco Gros, disse ontem que a estatal pode reajustar os preços dos combustíveis nas refinarias antes das eleições. Para a gasolina, seria o sexto aumento do ano. Durante uma palestra na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp (SP), ele garantiu que a definição do aumento é "comercial e não política".

Falou também que a Petrobras está aguardando um momento de maior equilíbrio no câmbio para decidir os percentuais do reajuste. Difícil de acontecer, já que ontem a moeda americana bateu novamente o recorde do Plano Real, sendo cotada a R$ 3,78.

O gerente de vendas para o Nordeste da distribuidora Ipiranga, Paulo Edilson Dutra acredita que a demora na divulgação do aumento demonstra claramente que a definição é política, sim. "Se apenas os motivos técnicos fossem levados em consideração pela companhia, o reajuste era para ter sido dado há muito tempo. O preço do barril de petróleo está lá em cima e o dólar, também. Existe uma defasagem grande na comparação com os preços internacionais", afirmou. Ele disse ainda que a possibilidade de aumento já vem sendo comentada no mercado há algum tempo. Mas nada está confirmado.

Paulo Edilson Dutra chamou atenção também para o fato de que as distribuidoras estão sentindo uma certa dificuldade de terem os pedidos atendidos pela Petrobras. "Pode ser reflexo de uma diminuição das importações por parte da empresa", comentou. Ontem, o preço do petróleo no mercado internacional teve mais um dia de valorização. A alta, mais um vez, foi motivada pelo temor de uma guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. Em Nova York, o barril de óleo cru fechou cotado a US$ 30,77. Em Londres, o barril do tipo Brent fechou em US$ 29,13.

Atualmente, o País importa cerca de 20% do petróleo que consome. Distribuidoras como a emergentes Dislub e Total - que através de suas trades vinham trazendo gasolina e diesel do Exterior - suspenderam os negócios lá fora até segunda ordem. Já o diretor executivo da Ello Distribuidora, Eliezer Menezes, não acredita em reajustes antes das eleições. "Além do componente político, a Petrobras ainda tem alguma gordura para queimar. Mas depois das eleições, os preços vão subir", disse.

A última vez que a Petrobras promoveu reajuste nos preços da gasolina (6,75%) e do diesel (9,5%) foi no dia 30 de junho. Na ocasião, a justificativa dada pela estatal para os aumentos foi a cotação do produto no mercado externo. Em 2002, a gasolina acumula alta nas refinarias de 29,8%. Muitos consultores acreditam que a defasagem dos preços no Brasil em relação aos internacionais já estaria na casa dos 24% (isso sem contar com o pulo do dólar dos últimos dias). Na opinião de Francisco Gros, a diferença é menor.

Mas na palestra de ontem, em Campinas, o presidente da Petrobras não soube informar em qual patamar estaria o percentual.


Dívida pode chegar a US$ 810 bilhões
BRASÍLIA - Em conseqüência da disparada do dólar, o governo brasileiro ficará impedido de manter sua dívida nos níveis acertados com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Pelo acordo fechado em agosto, o endividamento do setor público deveria ficar em, no máximo, R$ 810 bilhões em setembro.

Para que esse teto seja respeitado, porém, o dólar precisaria cair para R$ 3,18 até o final do mês, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. O que representa uma queda de 15,9% na cotação do dólar em relação ao fechamento de ontem, quando a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 3,80.

No mês passado, a dívida líquida do setor público estava em R$ 784 bilhões. Esse cálculo foi feito com base na cotação do dólar no último dia útil de agosto, quando a moeda era negociada a R$ 3,02. Se o dólar fechar o mês de setembro em R$ 3,70, o endividamento do governo chegaria a aproximadamente R$ 874 bilhões.

"A taxa de câmbio está num patamar um pouco exagerado. Isso vai passar", afirma Lopes. Segundo ele, a alta do dólar é conseqüência, principalmente, das turbulências do mercado internacional, diante da possibilidade de uma guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. Para Lopes, as cotações estão "influenciadas pelo processo eleitoral".

Aproximadamente metade do endividamento líquido do setor público (União, estados, municípios e estatais) é corrigida pelo dólar. Além da dívida externa, o Governo possui ainda títulos negociados dentro do País que são atrelados ao câmbio.

Em agosto, a dívida representava 58,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Se o dólar se mantiver em R$ 3,70, essa relação ficaria próxima de 64%. A intenção do Governo era estabilizar a proporção em 59% até o final do ano.


Artigos

Nova Alemanha

O resultado da eleição parlamentar na Alemanha ganha importância interna e externa. Contra todas as expectativas, o chanceler Gerhard Schroeder conseguiu manter-se no poder graças à boa votação do Partido Verde. Seu partido, o Social-Democrata, perdeu 47 das 288 cadeiras que tinha no Parlamento. A coalizão rubro-verde, sustentada pela determinação do ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, garantiu a maioria - 306 representantes de um total de 601.

A vitória de ambos pode ser considerada verdadeira proeza. Há pouco mais de um mês, o resultado favorável parecia impossível. Schroeder não conseguia explicar ao eleitorado a estagnação econômica da nação mais poderosa da União Européia. Tampouco podia convencer os alemães a garantir-lhe a reeleição sem que ele tivesse cumprido a promessa feita no pleito anterior - reduzir para menos de 3,5 milhões o número de desempregados. Hoje, mais de 4 milhões de pessoas buscam posto de trabalho.

A façanha rubro-verde se deve sobretudo a dois fatores. O primeiro, a forma competente como Schroeder administrou a catástrofe ambiental causada pelas inundações que atingiram o leste do país há pouco mais de um mês. O segundo, a aposta na tradição pacifista nacional. Em frente às câmeras de televisão, ele afirmou categoricamente que Berlim, em nenhuma hipótese, apoiaria um ataque dos Estados Unidos ao Iraque (com ou sem o aval do Conselho de Segurança da ONU) nem enviaria soldados para a aventura armada.

Com o sucesso da coligação Schroeder/Fischer, a esquerda européia ganha fôlego. Exceto na Suécia, a direita vem se impondo no Velho Continente. É o caso de Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Áustria. O discurso de defesa do estado social e do meio ambiente se sobrepôs ao de redução de impostos.

Internamente, a vitória teve um significado especial. De um lado, afugentou o fantasma da extrema direita, que tantas preocupações traz ao mundo democrático. De outro, representou a certidão definitiva da reunificação do país. O pleito quase varreu o partido neocomunista (resquício da antiga Alemanha Oriental), que logrou apenas duas cadeiras no Parlamento pelo voto distrital.

A Alemanha mais de centro que emergiu das urnas tem desafios a enfrentar. Um deles: recompor as relações com os Estados Unidos, arranhadas com a resistência ao unilateralismo americano. Outro: recuperar a posição de locomotiva da economia e da integração européia. Não é pouco.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Pedra no caminho
Toda campanha eleitoral é a mesma coisa. Os candidatos fazem discursos pregando o debate em alto nível, juram que vão discutir propostas para melhorar a vida dos eleitores, fazem promessas mirabolantes e, no final, a baixaria sempre toma conta dos programas de rádio e TV. Como já começou a acontecer na sucessão estadual, apesar de Jarbas Vasconcelos liderar as pesquisas de intenção de voto, numa distância imensa do segundo colocado, Humberto Costa (PT). Dificilmente seria de outra forma considerando-se que o governador tem como meta não apenas se reeleger, mas também ocupar as duas vagas do Senado com os candidatos da União por Pernambuco. E a oposição faz um grande esforço para renovar o mandato de Carlos Wilson (PTB), hoje uma pedra no caminho de Jarbas Vasconcelos que não admite, nem em sonho, a possibilidade de eleger só Marco Maciel ficando a segunda vaga com o petebista e não com Sérgio Guerra (PSDB). O tucano cresceu nas últimas pesquisas, depois que seu nome passou a ser intensamente vinculado ao do governador, mas ainda não o suficiente para ultrapassar Carlos Wilson, o que tem acirrado os ânimos dos dois lados.

Tanto que os mais atingidos pela baixaria são exatamente Wilson e Guerra, mas podem surgir novas vítimas diante do clima que está aí. E ninguém deve se iludir imaginando que isso vai melhorar nas próximas horas, ao contrário. Ataques, denúncias, dossiês, todo esse arsenal aumentará e muito o que pode tumultuar os últimos dias de campanha.

Elevando os índices de audiências dos programas, lamentavelmente, porque a maioria dos eleitores adora ver o circo pegar fogo.

Sérgio Guerra (PSDB) acha que ataques que vem recebendo dos seus adversários são tão violentos que só podem ser comparados àqueles feitos a Marcos Freire, em 1982, quando da disputa do Governo do Estado com Roberto Magalhães

Lanche 1
Fred Oliveira (PSD) promoveu um café da manhã, ontem, no Parque da Jaqueira, na sua campanha por uma vaga na Assembléia. Mas em vez dos eleitores, foram as crianças que fizeram a festa com as frutas e biscoitos do candidato.

Lanche 2
A meninada participava da campanha de educação no trânsito, quando descobriu a mesa farta de Oliveira. Aí não deu outra, os jovens educadores se deliciaram com o lanche que não estava no programa deles.

Aumento 1
João Paulo enviou para a Câmara dos Vereadores, ontem, em regime de urgência, projeto de lei que prevê aumento de 17,78% para os músicos da Banda da Cidade do Recife e de 9% para a Guarda Municipal.

Aumento 2
Nas suas justificativas, o prefeito diz que os reajustes já haviam sido negociados com as duas categorias e são retroat ivos a primeiro de maio, beneficiam 83 pessoas e custarão à PCR R$ 11 mil mensais.

Medo
Armando Monteiro Filho diz que os especuladores têm medo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por isso fazem chantagem com o dólar: "Não há motivo econômico para justificar a cotação de R$ 3,78", disse o empresário eleitor do PT.

Comissão
Pedro Eurico (PSDB) está satisfeito com a eficiência da Polícia Federal que prendeu 16 pessoas a partir da CPI do Narcotráfico que ele presidiu na Assembléia: "É a continuação do trabalho que iniciamos e isso é muito bom."

Segurança
Sérgio Guerra (PSDB) almoçou na Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco, terça-feira, acompanhado de Antônio Moraes. E prometeu ao presidente da entidade, Roberto Bruto, ajudar para melhorar o relacionamento entre a categoria e Jarbas Vasconcelos.

Processo
Waldemar Borges, do PPS, promete processar o marqueteiro Antônio Lavareda porque apareceu na foto mostrada no guia eleitoral da União por Pernambuco, que vinculou Carlos Wilson e Luciano Bivar a Armando Feitosa, preso na Operação Vassourinha.


Topo da página



09/25/2002


Artigos Relacionados


Garotinho e Serra estão em empate

Datafolha mostra empate técnico de Roseana e Lula

Pesquisa sobre entrada da Venezuela no Mercosul indica empate técnico

Serra e Jereissati têm empate na Internet

Serra briga com Garotinho

Serra cai e empata com Garotinho