Simon defende criação do partido Rede Sustentabilidade



Apesar de se manifestar contrário ao grande número de partidos existentes no Brasil, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apoiou, nesta segunda-feira (23), a criação do partido Rede da Sustentabilidade pela ex-senadora Marina Silva. De acordo com Simon, ao longo da história do Brasil, vários partidos foram criados sem nenhuma representatividade ou expressão e agora, pela primeira vez, o Tribunal Superior Eleitoral está colocando dificuldades para que a ex-senadora crie o seu partido.

– A coisa mais fácil foi criar partido: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 28, 29, 30... Alguns sem nenhuma expressão, sem nenhuma representatividade, sem nada. Não se sabe de onde veio, quem tem participação nele, nem para onde vai. Criaram. Agora, de repente, pela primeira vez, a imprensa levanta dúvidas sobre a criação de um partido, que tem à frente a ex-senadora Marina – protestou.

Simon ressaltou que Marina Silva é uma pessoa de grande seriedade com uma atuação política excepcional. O senador lembrou que ela teve 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010 e ressaltou que o governo enxerga a ex-senadora como uma ameaça nas eleições de 2014.

– Dona Marina é humilde, singela, magrinha, pequenina, fala baixinho, parece mais um ser místico do que um ser político, mas complica. Então, vamos tirar fora. Por isso acho, meus irmãos, que nós, parlamentares, temos de ter essa briga custe o que custar – defendeu.

O senador questionou a atuação dos cartórios eleitorais que, segundo ele, estão anulando assinaturas de apoio à criação da Rede Sustentabilidade sem justificativa. Para ele, os cartórios estão fazendo um boicote no sentido de impedir essas assinaturas e, consequentemente, a criação da legenda.

– Há um boicote e só pode vir do governo. Eu faço um apelo ao Superior Tribunal Eleitoral: olha fundo essa questão. Em um país que nunca leu a sério, que criou partido na hora que quisesse, quando quisesse e como quisesse e que nunca se viu falar se faltou fichas, se eram falsas, ou se não eram falsas, duvido que tenha alguém mais sério que a Senadora Marina, que tenha criado um partido; igual pode ser, mais digna eu duvido – protestou.

Em aparte, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) criticou a quantidade de partidos criados no Brasil e afirmou que, caso Marina não consiga criar o seu partido, ela pode se filiar a outras legendas para sair candidata à Presidência da República.

– Eu não acho que ela tenha que criar um partido para ser candidata a presidente. Quer dizer, qualquer um que queira ser candidato a Presidente da República e não tenha, no momento, um partido vai ter que criar um partido para ser candidato? Será que, em 30 partidos, não haja um partido que dê... E eu sei que há vários chamando Marina para ser candidata, para se filiar – observou.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) destacou que seria uma incongruência Marina Silva se filiar a outra legenda, já que as ideias dela não se enquadram nos partidos que já existem e defendeu a possibilidade da candidatura avulsa no Brasil.

– Por que a gente não permite que uma figura como Marina Silva seja candidata a Presidente avulsa ou avulso – não sei como a gente diz –, sem necessitar de um partido? Ela é o partido – observou.



23/09/2013

Agência Senado


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