Simon: processo no Conselho já é de cassação



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a confissão do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) não trouxe fatos novos e só ocorreu porque o senador não tinha saída. "Arruda só confessou porque não tinha como negar sua participação na violação do painel", disse Simon, afirmando ainda que o processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar já é um processo de cassação. Para ele, a reação emotiva dos senadores diante do discurso de Arruda tende a amenizar-se, acomodando-se aos fatos. "Como cristão, absolvo todo mundo, mas como magistrado, aí é outra história", disse.

Simon disse que mais grave é a situação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) que, segundo Arruda, também teve conhecimento da lista de votação. "Tudo se iniciou com uma conversa dele (Antonio Carlos) com os procuradores, já confirmada pelo laudo da Unicamp", afirmou, dizendo esperar que o senador baiano também confesse que participação teve na violação do painel.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que o fato de Arruda ter admitido a fraude não deve evitar uma punição exemplar. "Todo senador que cometer um delito, chorar e se disser arrependido estará livre?", questionou. Jefferson lembrou que, na semana passada, Arruda fizera uma discurso desqualificando o depoimento da ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen), Regina Célia Borges. Mesmo sem adiantar uma posição sobre o assunto, o senador disse que o caso é passível de cassação. "Se não punirmos severamente não existirá mais um Senado e o povo não terá mais qualquer respeito por esta Casa", frisou.

A versão de Arruda de que Regina Célia teria agido por conta própria não teve acolhida junto à senadora Marina Silva (PT-AC). Ainda que isso seja verdade, sustentou a senadora, "a confissão não revoga a pena". Paulo Hartung (PPS-ES) disse que o discurso de Arruda trouxe aspectos positivos para o Senado e também para Arruda. "O discurso trouxe um fato positivo, que foi termos avançado no processo, mas falta agora o Senado fixar a pena para os envolvidos" comentou Hartung.

23/04/2001

Agência Senado


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