Tarso e Rigotto trocam acusações









Tarso e Rigotto trocam acusações
Defesa de redução do ICMS considerada incoerente por candidato do PT, chamado de autoritário

Os candidatos ao governo Tarso Genro, do PT, e Germano Rigotto, do PMDB, protagonizaram bate-boca, ontem, durante a 33a Convenção Estadual dos Lojistas, em Tramandaí. No final do encontro, Tarso chamou Rigotto de 'incoerente' por defender a redução do ICMS, mas ter sido líder do governo Fernando Henrique Cardoso, que elevou a carga tributária, e participado da administração anterior, que aumentou as alíquotas do imposto. Rigotto reagiu, dizendo que Tarso estava sendo injusto, mas a discussão continuou. 'O senhor está sendo covarde e mentiroso', afirmou o petista. O candidato do PMDB pediu direito de resposta ao presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Estado, Carlos Henrique Levandowski, mas não foi atendido. 'Tarso poderia criticar de forma respeitosa. Porém, aproveitou-se do benefício de falar por último. É covarde', enfatizou Rigotto.

O desentendimento entre os dois candidatos começou logo no início do debate, quando Tarso afirmou que o governo Olívio Dutra foi o único nos últimos anos a não elevar o ICMS. Em sua manifestação, Rigotto observou que somente não houve aumento porque a Assembléia Legislativa rejeitou por três anos consecutivos projetos do poder Executivo. Nos dois minutos finais de intervenção, o peemedebista rechaçou a polarização da disputa ao governo, salientando que há boas propostas além das apresentadas por 'candidatos personalistas, autoritários e que governam somente para os seus partidários'. Defendeu alternativa que agregue os gaúchos. Tarso tomou as palavras de Rigotto como um recado à sua candidatura e afirmou: 'Não é só personalismo e arrogância que não agregam. A incoerência também', disparou o representante do PT.

Os demais candidatos que participavam do debate, José Fortunati, do PDT; Celso Bernardi, do PPB; Carlos Schneider, do PSC; José Vilhena, do PV; e Júlio Flores, do PSTU, não interferiram nas discussões. Ao final do encontro, Bernardi lamentou o episódio, dizendo que atitudes como essa prejudicam a todos porque perdem espaço para apresentarem suas propostas.


Lula chora ao lembrar o passado
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, visitou ontem a fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Fazia pelo menos 20 anos que não entrava na linha de montagem de uma grande empresa, desde que deixou a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do município. Conversou com trabalhadores e se reuniu com diretores. Acompanhado do seu candidato a vice, José Alencar, do PL, Lula chorou quando lembrou o passado de sindicalista. Citou a década de 70, quando escondia boletins do sindicato nas meias ou na barriga com medo de ser revistado na porta. 'Entrar na fábrica era difícil', recorda.

No discurso aos trabalhadores, Lula defendeu a ampliação da oferta de emprego e não poupou críticas. Acusou o Ministério da Fazenda e disse que mudará o modelo econômico no primeiro dia de mandato. 'Há dez anos o país entendeu que, com o bando de agiotas que é o governo e a equipe econômica, deveria viver de especulação', atacou. Também condenou o governo por não assumir a responsabilidade sobre a vulnerabilidade da economia. 'Vocês estão acompanhando. Dólar sobe, dólar desce, bolsa cai, bolsa sobe: às vezes é culpa minha, às vezes do corte de cabelo de Ronaldinho. Tem sempre um pretexto', apontou.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
11h: Carlos Barbosa. 14h: Garibaldi. 16h: Coronel Pilar. 20h: Viamão.
12 José Fortunati (PDT-PTB-PAN)
9h30min: Passo Fundo. 14h: Ibiaçá. 16h30min: Vacaria. 20h: Caxias do Sul.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
10h30min: Canoas. 14h30min: Glorinha. 16h: Gravataí. 17h05min: Morada do Vale I. 21h: Cachoeirinha.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
10h: Caxias do Sul. 12h: Otávio Rocha. 16h: Garibaldi. Noite: Caxias do Sul.
16 Júlio Flores (PSTU)

Tarde: reunião com a coordenação.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

Manhã: Passo Fundo.
40 Caleb de Oliveira (PSB)

Manhã: Garibaldi. Tarde: Carlos Barbosa.
43 José Vilhena (PV)
14h: Campo Bom.


Serão 2,1 mil painéis de Serra
A campanha do candidato da aliança PSDB-PMDB à Presidência, José Serra, vai espalhar 2,1 mil painéis pelas maiores cidades do país. São três modelos produzidos pela África Propaganda, do publicitário Nizan Guanaes, todos apresentando Serra sorridente com fundo de bandeiras amarelas. Nos cartazes do tucano sempre haverá uma frase para lembrar a sua atuação como parlamentar ou ministro da Saúde, com temas a respeito de suas realizações.

A Lei Eleitoral estabelece um limite: 2,6 mil painéis em todo o país. Os de Serra estão chegando com sete dias de atraso. Os outros candidatos já tinham os seus espalhados por São Paulo na semana passada. O tucano esteve ontem em Curitiba, Paraná. Reuniu-se com o governador Jaime Lerner e convidou-o para coordenar o programa de desenvolvimento urbano. Serra também fez caminhada com a sua vice, Rita Camata.


ACM e Tasso apostam que Frente vai vencer no Ceará
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães, do PFL, e o ex-governador Tasso Jereissati, do PSDB, fizeram ontem, em Fortaleza, uma avaliação otimista da campanha do presidenciável da Frente Trabalhista, Ciro Gomes. Tasso disse que será muito difícil que o tucano José Serra reverta a vantagem de Ciro no Ceará. ACM acredita que Ciro vencerá no estado onde foi governador e na Bahia. 'Tasso tem posição clara, mas é amigo de Ciro', comentou.


Adversários suspeitam de conta de Benedita da Silva
A governadora do Rio e candidata à reeleição pelo PT, Benedita da Silva, declarou no TRE ter R$ 10.491,07 em conta do Banco do Brasil nos Estados Unidos. O fato levantou suspeitas. Ela afirmou que não precisa esclarecer sobre isso porque consta no Imposto de Renda. Disse que o próprio banco resolveu transferir a conta para Miami. Benedita apontou que a neta estudou nos EUA. Acrescentou que cobra para fazer palestras no exterior.


Brasil tentará recuperar os depósitos de Nicolau
O governo brasileiro enviou à Justiça suíça a sentença que condenou, em primeira instância, o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. A idéia é obter o repatriamento de 4 milhões de dólares que Nicolau, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, tem depositados em bancos da Suíça. Ele responde nesse país a processo por lavagem de dinheiro. Como ainda não houve julgamento, os valores das contas continuam bloqueados.


Ciro quer alterar a Zona Franca
O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes, condenou ontem, em jantar com empresários amazonenses, supostas irregularidades praticadas na Zona Franca de Manaus e prometeu não assumir compromissos equivocados na campanha. 'Eu não quero administrar ilusão como fez Fernando de La Rúa, ex-presidente da Argentina', disse.

Ao defender a moralização da Zona Franca, Ciro chegou a ter um ríspido diálogo com os empresários. Para ele, assumir propostas com as quais não concorda é arriscado. 'Infelizmente, o candidato poderá sair como De La Rúa: pela porta dos fundos do palácio', comparou. Ciro afirmou que iria continuar defendendo alteração na política de incentivos à região e se recusou a passar a idéia de que basta trocar o presidente para transformar o país.


Collor classifica Freire e Aníbal como stalinistas
O candidato ao governo de Alagoas Fernando Collor de Mello, do PRTB, chamou ontem de 'stalinista' a atitude dos presidentes nacionais do PSDB, deputado federal José Aníbal, e do PPS, senador Roberto Freire. Collor se referiu à tentativa de impedirem o apoio das bases dos dois partidos à sua candidatura. Pela primeira vez, assumiu posição sobre as reações políticas expressadas por Aníbal e Freire.


Encontrados os destroços de helicóptero de Ulysses
O Departamento de Aviação Civil no Rio confirmou ontem que os destroços achados há duas semanas por um pescador na Praia de Laranjeiras, em Parati, são do helicóptero Esquilo, que caiu no mar em 12 de outubro de 1992, causando a morte do deputado Ulysses Guimarães, da sua mulher, Mora, do ex-senador Severo Gomes e da esposa dele. Segundo o fabricante, dois fragmentos recolhidos têm os mesmos números do helicóptero das vítimas.


Garotinho diz que é único independente
Em campanha em Duque de Caxias e São João do Meriti, Baixada Fluminense, o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, inaugurou ontem pontos de venda dos bônus da campanha a R$ 1,00. Ele afirmou que é o único candidato livre e independente. Acusou os seus adversários de receberem o apoio de banqueiros, sem citar nomes. 'Essa é a campanha do tostão contra o bilhão. É melhor pouco dinheiro limpo do que muito dinheiro sujo. Não temos a adesão que outros candidatos têm recebido nem queremos nos contaminar', afirmou durante o discurso. O presidenciável também visitou Nova Iguaçu.


Jobim defende que Lei Eleitoral mude
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nelson Jobim, propôs ontem mudanças na Lei Eleitoral e o registro das pesquisas de intenção de votos no dia da divulgação. A legislação determina o prazo mínimo de cinco dias. Jobim argumentou que, se houver outros levantamentos realizados no mesmo período, o investidor sabe a tendência do eleitorado e poderá usar as informações para especular no mercado financeiro. O ministro também descartou mais uma vez a possibilidade de fraude nas eleições.


OAB paulista estimula denúncias de corrupção
A OAB de São Paulo lançou ontem a Campanha de Combate à Corrupção Eleitoral, que terá telefone e e-mail para os eleitores denunciarem compra de votos e uso de máquina administrativa na campanha. As referências serão encaminhadas ao Ministério Público, que enviará representação ao Tribunal Superior Eleitoral pedindo investigação. A OAB distribuirá ainda cartilhas sobre a importância do voto.


Tributação e segurança dominam
Na 33a Convenção Estadual dos Lojistas, ontem, em Tramandaí, candidatos ao governo expuseram propostas sobre tributação e segurança pública. José Fortunati, do PDT, defendeu ataque ao contrabando, que prejudica o comércio formal e induz ao crime organizado. Defendeu o emprego do Fundopem para ampliar pequenas e médias empresas e estimular serviços ainda inexistentes no Estado.

Celso Bernardi, do PPB, pregou a criação do programa Primeiro Negócio, com o apoio técnico e financeiro do governo aos que quiserem abrir empresas, e a manutenção do Primeiro Emprego, da atual administração. Bernardi salientou também ser necessário equilibrar as alíquotas do ICMS e garantiu que não vai elevar os impostos.

Tarso Genro, do PT, disse ser totalmente favorável ao Simples e garantiu que irá aderir ao programa que simplifica o recolhimento de tributos pelas empresas. Disse que aumentará o contingente de funcionários e bateu forte no contrabando e na corrupção da Polícia.

Germano Rigotto, do PMDB, defendeu a ampliação do Simples. Criticou as considerações de Tarso, dizendo que o governo Olívio já deveria ter aumentado o efetivo da Polícia.

Carlos Schneider, do PSC, pregou a criação de imposto único e Júlio Flores, do PSTU, justiça tributária, aumentando a contribuição de grandes empresas. José Vilhena, do PV, ressaltou que a sociedade deveria discutir a reforma tributária.


Artigos

Aos futuros cidadãos
Carlos Adílio Maia do Nascimento

No dia 10 de julho, um relatório divulgado pela WWF mostrou que a humanidade está consumindo mais do que o planeta Terra é capaz de repor. Uma semana depois, o presidente Fernando Henrique anunciou ao mundo a Agenda 21 Brasileira, que representa um programa de governo. Comunicou, inclusive, que os planos plurianuais do governo deverão se enquadrar nos princípios dessa agenda, que será levada, em setembro, à Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente - a Rio+10, na África do Sul. O evento significa a avaliação, em nível ambiental, do que foi feito nos últimos dez anos, que se seguiram à primeira Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, ocorrida em 1992, no RJ - a Eco 92.

Sentimo-nos muito gratificados com o anúncio feito ao Brasil e ao mundo pelo presidente da República. Esse anúncio significa para nós, que hoje dirigimos o IBPS, uma recompensa pela luta de dez anos informando, esclarecendo, sinergizando as pessoas e as empresas no sentido de que aceitem esse novo paradigma, que levará a um desenvolvimento progressivo e constante, garantindo às futuras gerações todos os recursos básicos que elas necessitarão para que possam viver em condições de igualdade, justiça, qualidade e saúde. Quando começaram os movimentos em busca da ecoeficiência, da Responsabilidade Social Corporativa, era uma idéia nova, que muitos acreditavam ser utópica. Agora, nosso país anuncia aquele instrumento de desenvolvimento real, que o Brasil precisa e tem tudo para cumprir, pois apresenta um potencial de desenvolvimento sustentável como nenhum outro país. Fazia falta um programa oficial do governo para que isso pudesse ser cumprido. É essencial salientar que, doravante, todas as empresas brasileiras deverão enquadrar-se na sustentabilidade para cumprir a Agenda 21. Elas deverão agora fazer uma análise do que poderão otimizar em seus processos produtivos.

Hoje, mais do que nunca, devem ser desenvolvidas ações concretas no sentido de informar e educar a todos. Um amplo programa educacional deverá formar uma nova mentalidade, para romper este modelo consumista e insustentável que nos conduziu à situação em que estamos, como constatou a WWF. Os resultados positivos de todos esses exercícios modificarão o comportamento dos futuros cidadãos, e teremos um novo ser humano; mais responsável, solidário e, sobretudo, mais consciente da necessária integração com a harmonia preestabelecida da natureza.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

TARSO ESCOLHE NOVO ALVO
1) O encontro promovido ontem pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, em Tramandaí, teve duas características. A primeira: os candidatos ao governo estão mais afiados, abordando com profundidade temas de relevância do Estado. A segunda: hostilidades atingiram grau sem precedentes dentro do período legal da campanha, que não completou um mês.

2) Na ausência de Antônio Britto, o alvo de Tarso Genro passou a ser Germano Rigotto. Sucederam-se intervenções ríspidas em que Tarso cobrou a participação de Rigotto no governo anterior. Em resposta, o candidato do PMDB criticou medidas e omissões do atual governo. Curiosamente, nenhum deles se referiu à não-participação de Britto, que preferiu viajar a Vacaria.

NÃO VAI
Excetuando os debates programados em TV, Antônio Britto decidiu não participar dos demais. Alegou falta de acordo entre as assessorias para incluir alguns convites e excluir outros. Uma desculpa fria.

COMO ANTES
Britto tenta escapar de cobranças. Não age diferentemente do que fez no final do seu governo. Entregou o cargo a Vicente Bogo e não voltou mais para o dever constitucional na posse de Olívio Dutra.

NA FOTO
Ao final do encontro em Tramandaí, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Carlos Levandowski, pediu aos candidatos posa rem para foto do evento. Como Tarso ficou ao lado de Rigotto, este pediu a José Fortunati que se posicionasse entre eles. Levandowski entendeu logo e assumiu o papel de algodão entre os cristais. Só depois os fotógrafos acionaram as máquinas em meio a sorrisos amarelos.

SEGUNDO TEMPO
Depois de Tramandaí, Celso Bernardi, Tarso Genro e Germano Rigotto, mais Aroldo Medina e Carlos Schneider seguiram ontem à noite para Torres, onde participaram do V Encontro Estadual das Apaes. Falaram e responderam muitas perguntas sobre problemas do setor. O tom foi menos belicoso do que à tarde.

CONTRA OS CORTES
O deputado Jorge Gobbi foi ontem a Brasília pressionar o Ministério das Comunicações a desistir da reestruturação dos Correios e Telégrafos, que inclui enxugamento de pessoal. Gobbi é funcionário da empresa há mais de 20 anos. Voltou achando que conseguiu adiamento.

FICAM
TRT suspendeu transferência de quatro técnicos da Corsan para o Interior, dois deles representantes sindicais. A polêmica está quentíssima.

ESTÁ MARCADA
A oposição está na expectativa se o secretário municipal de Indústria e Comércio, Paulo de Tarso, receberá comissão de camelôs irregulares, 6ª-feira, em seu gabinete. A audiência tinha sido marcada pelo vereador Sebastião Melo antes do incidente com fiscais e Brigada Militar, na avenida Borges, ocorrido 3ª-feira.

SEM DISCUSSÃO
O Fórum de Entidades de Servidores do Município critica o encaminhamento pelo Executivo do projeto de Previdência sem prévia discussão, como determina a lei. Mantém-se, porém, a favor da autarquia criada no ano passado pela garantia que lhes dá de participar da gestão.

EM 1907
Há 95 anos, neste mesmo dia, foi aberta à visitação a Hidráulica Moinhos de Vento, que passou a fornecer água tratada em Porto Alegre.

APARTES
Serra se aventurou na famosa e folclórica Boca Maldita de Curitiba. Teve de ouvir o que não gostaria.

Históricos do PPS fazem às 11h de hoje, junto do monumento ao Laçador, bandeiraço pró-Ciro Gomes.

Aracoiaba de Serra, interior de São Paulo, faz nova eleição para vereador amanhã. Era o sonho dos suplentes.

Escola de Samba Acadêmicos da Saúde lança hoje, em Pelotas, o jingle de Cecília Hypólito à Câmara.

Na edição dominical, o que os candidatos ao governo do Estado prevêem como soluções para o setor de saúde.

Déficit da Previdência Social subiu 57% só no 1O semestre. A classe política nem está aí para isso.

Deputado Pompeo de Mattos adotou linha: só faz campanha pilchado.

Deu no jornal: 'Mulher forte do FMI derruba dólar e risco Brasil'. O que os homens não conseguiram.

Vulcão Gallatiri, no Chile, o maior do mundo, é fichinha perto de certo comitê de candidato ao governo.


Editorial

A ÉTICA DOS NÚMEROS

Quem se queixava, com toda razão, aliás, de que a campanha política em curso não lidava com números relativos à economia e à confiança pública tem aí a nova realidade. Partidos e candidatos começaram a debater algarismos, e isso é teoricamente bom na medida em que o eleitor fica mais ilustrado sobre coisas essenciais aos negócios públicos e mais capacitado para a escolha que fará nas urnas. Acentuamos, no entanto, que o advérbio teoricamente, usado como ressalva necessária ao texto, representa restrição à forma como estão sendo tratados os números trazidos ao debate. É que as cifras são usadas segundo conveniências das partes, havendo inclusive divergências sobre o sentido dos mesmos algarismos. Serão bons ou maus, salutares ou prejudiciais, de acordo com interesses de uns e outros.

Torna-se evidente que o eleitor fica, ao fim do mesmo debate, ainda menos orientado do que estava ao ouvir a controvérsia. Isso traz um prejuízo não só à pessoa em busca de esclarecimento, mas à própria vida política da Nação, que assim vê se construir uma sociedade diretiva erigida sobre a confusão de valores pessoais. Uma sociedade nacional, em qualquer continente e país, não é construída por sábios que possam aquilatar onde está a verdade, por exemplo, do resultado orçamentário de um exercício fiscal. Números deficitários poderão justificar-se como resultantes de medidas desenvolvimentistas; em sentido contrário, superávits poderão indicar políticas recessivas; portanto, más.

Decorre do raciocínio a lição de que se faz imperiosa a devoção à ética na interpretação da matemática administrativa trazida ao debate político. Números relativos à concessão de incentivos fiscais, anistia, auxílios - tudo quanto faça parte do capítulo de economia política denominada 'renúncia fiscal consentida' - costumam gerar conflitos de opinião só resolvidos pela relação custo/benefício, esta também passível de controvérsia. O cidadão comum, confundido e perplexo, não tem como escolher o bom caminho na hora de votar. Por isso, exige-se das partes em debate o máximo de respeito à verdade dos números. Só assim haverá a boa escolha eleitoral.


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07/20/2002


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