Testemunha citada não quer ser revelada, afirma Suplicy



O senador Eduardo Suplicy afirmou que a pessoa que teria testemunhado a existência de um esquema de chantagem dentro do Banco Central (BC) durante a gestão do economista Francisco Lopes, deseja permanecer no anonimato por considerar que a sua integridade e de sua família pode ser ameaçada se seu nome for revelado.

Suplicy esclareceu que a testemunha, que teria lhe confirmado a existência de chantagens no BC, apenas tomou conhecimento dos episódios, mas não teria participado do esquema do qual, segundo a revista Veja, faria parte o banqueiro Salvatore Cacciola. O senador lamentou o fato de a Polícia Federal ter anunciado que iria lhe intimar para que revelasse o nome da pessoa e leu trecho da Constituição que garante sigilo da fonte no exercício profissional.

O senador levantou a possibilidade de que a BM&F; teria assumido a tese da crise sistêmica, porque a desvalorização do real representaria lucros para outras instituições financeiras. Suplicy solicitou a Fraga informações sobre as posições de compra e venda, lucro e patrimônio líquido dos bancos Modal, FonteCindam, Boavista, Pactual e Marka antes e depois da desvalorização. Fraga se comprometeu a entregar a Suplicy os estudos feitos à época para avaliar mudanças de posição no sistema financeiro.

O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) lembrou ao presidente do BC, que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ter encomendado a Fraga um estudo sobre a ajuda aos bancos Marka e FonteCindam, antes de assumir oficialmente o BC. Porém, Dutra lembrou que Fraga negou à CPI dos Bancos que soubesse qualquer coisa sobre o caso. O presidente do BC negou ter tido acesso a informações sigilosas à época.

05/06/2001

Agência Senado


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