Tião Viana indaga se Brasil vai utilizar força militar



O senador Tião Viana (PT-AC) indagou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, se o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao dizer que o Brasil utilizaria "todos os esforços" para combater o terrorismo, incluiu aí alguma intervenção militar.

O representante do Acre no Senado citou o cientista político Samuel Huntington, que previu a ocorrência de um "choque de civilizações", e não de uma guerra entre nações. O parlamentar fez também várias referências à escritora Hannah Arendt, para quem o terror é a forma de governo que advém quando a violência toma o poder e permanece com controle total.

Para o ministro, a idéia de Huntington traz um efeito negativo, já que o chamado choque de civilizações significaria "a impossibilidade do diálogo, a idéia do solipsismo" (segundo o dicionário Aurélio, a doutrina filosófica com base na qual a única realidade no mundo é o eu). Para ele, o grande desafio do pluralismo está na metáfora da Torre de Babel, quando a existência de diversas línguas impôs a existência de tradutores.

- A idéia de tradução é, no fundo, a idéia do diálogo. É nessa linha que procuro conduzir a política externa brasileira - afirmou o ministro.

Celso Lafer agradeceu a congratulação feita por Tião Viana, pela conduta do governo brasileiro ao determinar a quebra da patente de medicamentos que combatem a Aids. Segundo o senador, o governo agiu com coragem e "conseguiu um resultado extraordinário na manutenção das políticas públicas brasileiras".

03/10/2001

Agência Senado


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