Tráfico no Rio acirra disputa pelo poder








- Tráfico no Rio acirra disputa pelo poder

- A rebelião de presos liderada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar", quarta-feira passada no Presídio de Bangu 1, foi apenas o primeiro ato de desafio ao poder constituído no estado. Mesmo transferidos e isolados, na sexta-feira, em quartéis da Polícia Militar, os líderes do conflito preparavam invasões em favelas, resgate de detentos e morte de quem pode confrontar a facção criminosa Comando Vermelho (CV).

Apesar de a ação ter fortificado "Beira-Mar", policiais civis e federais acreditam que é preciso esperar para ser traçado novo quadro do tráfico de drogas no Rio. Nas comunidades dominadas pelo CV e pelo Amigos dos Amigos, o momento é de tensão. As polícias Civil e Militar intensificaram as rondas nesses locais como forma de impedir invasões. (pág. 1 e C3)

- A maioria dos governadores deve sair vitoriosa nas sucessões estaduais. Entre os 27 candidatos que têm o apoio das máquinas administrativas locais, 15 apresentam boas chances de se eleger logo no primeiro turno e outros sete também estão no páreo. Dos oito governadores que concorrem à reeleição, sete devem vencer no primeiro turno. Quem conquistou a maior vantagem até agora, segundo as pesquisas, é Jarbas Vasconcelos, do PMDB de Pernambuco, que tem 64% das intenções de voto, contra apenas 12% do seu mais próximo rival.

"O uso político de verbas estaduais é uma arma que costuma servir para eleger os candidatos oficiais", observa o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília. (pág. 1 e A3)

- O Nordeste tem solução. De preferência, com foco no mercado externo. Não se trata de mais uma sugestão infrutífera sobre um das regiões brasileiras com maiores disparidades econômicas e sociais. A tese está num dos mais completos documentos já produzidos sobre o assunto.

Nos últimos dois meses, o ex-superintendente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, o economista Roberto Cavalcanti de Albuquerque, hoje diretor técnico do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), se debruçou sobre números que dão um retrato fiel do que pode ser considerada a África brasileira.

O economista sugere mais exportações, desde que as empresas se unam para ganhar mais escala no mercado internacional. (pág. 1 e A13)

- Na intimidade, a atriz chama o marido, Ciro Gomes, candidato à Presidência da República, de "Carinha". Garante que é ela quem decide o que faz na campanha. Nega que Ciro seja machista. "Ele é delicado, romântico, um espetáculo de pessoa". E critica Lula, líder nas pesquisas: "Ele tem visão estreita. Acho o PT fechado, obtuso às vezes". Quanto ao câncer, diz ter vencido a doença, mas lembra que, "em medicina, não existe 100%". (pág. 1 e A4)

- Para conter a degradação em áreas de Mata Atlântica no litoral sul do estado do Rio, ambientalistas e empresários fecharam parceria na sexta-feira com o objetivo de resgatar trechos ocupados irregularmente ao longo da Rodovia Rio-Santos. A parceria tentará conter o crescimento de favelas e loteamento irregulares entre os municípios de Angra dos Reis e Mangaratiba. (pág. 1 e C1)

- Ao discursar, na quinta-feira passada, na cerimônia de homenagem aos 100 anos de nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek, o candidato do Governo, José Serra (PSDB), arriscou uma suposição:
"Minha geração se acostumou com Juscelino, de olhar para a frente, para um Brasil grande. Se JK fosse vivo, seria tucano".

Nem sempre foi assim. Quando José Serra presidia a União Nacional dos Estudantes (UNE), às vésperas do golpe militar de 1964, e JK era vivo e candidato à Presidência da República, o hoje festejado criador de Brasília não era exatamente um ídolo para o atual candidato do PSDB. (...) (pág. 2)

- (Campo Grande) - O fazendeiro Líberdo Monteiro de Lima, apontado como o mandante da morte do líder indígena Marçal de Souza, não vai mais responder pelo crime. Esta é a conseqüência do despacho do juiz federal José Denílson Branco, que na quinta-feira desta semana decidiu arquivar o processo. (...) (pág. 6)


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer

Ao primeiro olhar, a amplitude da diplomacia eleitoral do presidente da Câmara e candidato ao governo de Minas Gerais, Aécio Neves, parece excesso de esperteza. Daquelas que acabam crescendo, virando bicho e engolindo o dono.

Firmando-se a vista, porém, é possível enxergar um cenário mais amplo que o da eleição estadual nas boas relações que Aécio cultiva com os adversários do candidato de seu partido à Presidência, José Serra.

Não obstante as brigas do PSDB no âmbito nacional, o deputado já proporcionou recepção cortês a Ciro Gomes e, faz quatro dias, chamou Luiz Inácio Lula da Silva de "presidente", em palanque montado por Itamar Franco.

E por que Aécio recebe com tanta fidalguia, o, em tese, inimigo?

Exatamente para que não se consolidem, depois das eleições, inimizades contraídas durante a campanha. (...) (pág. 2)

(Informe JB - Gustavo Krieger) - O mineiro Aécio Neves tem servido de ponte para tentar reaproximar tucanos de São Paulo e do Ceará. Agora que se vê no segundo turno, José Serra acha recomendável buscar a paz com o rebelde Tasso Jereissati. (pág. 6)

(Boechat) - A safra brasileira de soja de 2003 vai atingir cerca de 50 milhões de toneladas. Quase 20% mais que o volume registrado este ano.
A colheita começará em outubro. (pág. C2)


Editorial

LIMITES E AVANÇOS

Diante da perda de fôlego dos investidores, espantaria, sim, se a pesquisa do IBGE revelasse progressos na geração de renda e emprego. Em ambiente de juros recordes, não há economia que resista.

(...) Logo, apesar das limitações impostas pela economia, é possível avançar graças a políticas públicas e estratégias acertadas. Este é o principal recado da Pnad/2001. (pág. 16)


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09/15/2002


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