Tuma: Procuradora diz que "não tem nada contra senadores" em processo na Justiça



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), afirmou em entrevista à imprensa, no final da tarde desta quarta-feira (20), que a procuradora Luciana Marcelino Martins, com quem conversou nas últimas horas, disse não haver "nada objetivamente, por enquanto, contra senadores" em processo que investiga irregularidades em licitações no Senado. O processo foi aberto há cerca de dois anos, depois de uma operação da Polícia Federal.

- Ela foi clara e disse que existem apenas citações do tipo 'eu vou conversar com fulano, pedir para beltrano resolver'. Ela acredita que foi mais uma força de convencimento em favor de alguma empresa participante da concorrência - disse Romeu Tuma. Ele fez rápidas declarações à imprensa depois de se reunir com o presidente do Senado, Garibaldi Alves.

Nesta quarta-feira (20), o corregedor do Senado também tentou conversar com o juiz federal responsável pelo processo, José Airton de Aguiar Portela, da 12ª Vara do Tribunal Regional Federal (TRF), mas ele está de férias, devendo voltar na próxima semana. O juiz substituto não estava a par do caso e Romeu Tuma disse que, por isso, ele não pôde dar mais explicações.

O senador informou ainda ter conversado com o procurador Pedro Machado, que também trabalha na investigação. Disse que o procurador opinou que teria havia conluio entre empresas participantes de licitações para ver quais seriam os ganhadores em vários segmentos. Ponderou ainda que o processo corre sob sigilo, o que dificulta o acesso a detalhes.

Tuma foi ainda questionado sobre notícia publicada pelo jornal Correio Braziliense de que Eduardo Bonifácio Ferreira, ex-funcionário comissionado da Liderança da Minoria do Senado, teria sido flagrado pelo serviço de inteligência da Polícia Federal abrindo o gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB) com chave "tirada do bolso", em 29 de junho de 2006. Nessa época, segundo o jornal, Bonifácio já não ocupava função no Senado e nem do gabinete do senador.

- A Procuradoria e a Justiça estão investigando. Eu disse ao presidente [senador Garibaldi Alves] que cabe à Corregedoria apurar atos de improbidade de senadores. Quando envolve funcionários, o presidente tem de criar uma comissão de sindicância ou abrir processo administrativo para apuração - afirmou.

Conforme o Correio Braziliense, foi protocolada na Justiça, em março deste ano, uma denúncia por improbidade administrativa contra os donos das empresas Conservo e Ipanema, que têm contratos de terceirização com o Senado, e contra dois servidores do Senado, além de Eduardo Bonifácio Ferreira. Acrescenta o jornal que a possível fraude, de acordo com o Ministério Público, consistiria na retirada de concorrentes da disputa e no acerto do resultado com servidores suspeitos.



20/08/2008

Agência Senado


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