Valdir Raupp pede crédito para pequenos produtores rurais



O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pediu em Plenário nesta quarta-feira (1º) a concessão de crédito agrícola em tempo hábil para pequenos produtores da Amazônia, em especial os de seu estado, Rondônia. O senador afirmou que a liberação de crédito, tradicionalmente, é feita de forma tardia, impossibilitando a viabilidade da safra. Raupp dirigiu seu pedido ao governo federal e, particularmente, ao Banco do Brasil e ao Banco da Amazônia, os grandes operadores de crédito rural na região.

O parlamentar citou dados do Censo Agropecuário de 1998, segundo o qual o número de unidades produtivas com menos de 100 hectares passou de 43,5% do total, em 1975, para 74,1%, 20 anos depois. Em Rondônia, 93% das mais de 85,9 mil propriedades rurais têm área inferior a 200 hectares. Raupp observou que a agricultura familiar desempenha papel primordial na ocupação da terra, onde "constituem uma base produtiva de rápidas respostas aos programas de estímulo à produção".

O senador defendeu novas técnicas de gerenciamento e inovações tecnológicas para o fortalecimento da agricultura familiar. Citou o uso de sementes com alta potencialidade de produção, a utilização de tecnologias poupadoras de insumos, como o manejo integrado de pragas e o controle biológico, e a utilização de sistemas agroflorestais, que permitem a diversificação da produção.

Esses sistemas, explicou Raupp, consiste na combinação de culturas de ciclo curto, como o milho, o arroz, o feijão e a mandioca, com espécies florestais de rápido crescimento, como o mogno, e também espécies frutíferas (coco, cupuaçu, guaraná, graviola, mangaba) ou industriais (castanha, café, seringueira, dendê), por dois a três anos. Essa técnica permite também a introdução da pecuária, se há a possibilidade de formação de pastagens no sistema.

O senador defendeu também ações para melhorar a baixa competitividade da agricultura familiar.Entre os problemas detectados, citou os elevados riscos da produção agrícola; o baixo nível de produtividade; o pequeno ou inexistente valor agregado aos produtos; o desperdício na produção, e o baixo nível gerencial.

Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) destacou as hidrelétricas a serem construídas no Rio Madeira, que possibilitarão ao estado desenvolver seu parque industrial e também exportar energia. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) informou que uma grande empresa do Rio de Janeiro fará o primeiro projeto mundial amparado pelo protocolo de Kyoto, que estipulou níveis de emissão de monóxido de carbono na atmosfera e que agora, com a adesão da Rússia, poderá ser colocado em prática.



01/12/2004

Agência Senado


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