WANDERLEY NEGA QUE TENHA CONTAS NO EXTERIOR
Dutra chegou a advertir Luxemburgo, lembrando que este estava depondo sob juramento, e que investigações da CPI indicam a existência da conta no exterior em nome de Josefa. Segundo o senador, espera-se apenas a confirmação de que pessoa titular da conta em Miami não é apenas um homônimo. O treinador disse que pediu ao seu advogado para telefonar para Josefa Luxemburgo e perguntar se ela teria alguma conta no exterior sem que ele soubesse. Até o final da reunião da comissão parlamentar de inquérito não foi dada nenhuma resposta sobre o assunto.
Ainda pressionado por Dutra, Luxemburgo reconheceu que teve negócios com Sérgio Malucelli, presidente do clube Irati, da segunda divisão do futebol paranaense. Segundo o ex-treinador da seleção brasileira de futebol, durante três meses eles arrendaram um bar no Estação Plaza, shopping center de Curitiba, que teria o nome de Wanderley Luxemburgo Futebol Café. De acordo com Luxemburgo, há também outra sociedade entre os dois em um empreendimento envolvendo um isotônico.
Ele negou, porém, que tenha alguma participação no bingo de Malucelli, e não explicou o recebimento de um depósito em sua conta, ao tempo da contratação do jogador Arinelson, do Irati para o Santos, clube do qual era técnico. Luxemburgo negou também a existência de qualquer negócio em sociedade com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira.
O treinador reconheceu, em resposta ao senador Romeu Tuma (PFL-SP), que teve Artur Eugênio Matias como seu advogado no processo movido por uma manicure de Campinas. Artur Eugênio é acusado de envolvimento de tráfico de drogas e roubo de cargas. Luxemburgo disse que na ocasião não sabia das acusações que pesam contra o advogado. Ele negou ainda que tivesse facilidade, nos aeroportos, para viajar sem a inspeção da alfândega. Disse que visitou duas ou três vezes o apartamento de Renata Alves, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, mas que não deixava ali nenhum pertence, ao contrário do que afirmou Renata em seu depoimento.
O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) afirmou que, entre quase todos os jogadores, técnicos e dirigentes de futebol muitas vezes não há o pleno conhecimento dos dados declarados à Receita Federal. Ele perguntou sobre a relação profissional de Luxemburgo e Renata Alves. O treinador voltou a afirmar que a estudante não era sua funcionária, recebendo apenas uma comissão de 10% dos lucros provenientes dos leilões. Luxemburgo se disse lesado por Renata, que teria se apropriado de vários bens comprados nos leilões. Ainda respondendo a Maguito, ele negou que freqüentasse "a misteriosa embaixada do futebol", que seria localizada na Barra da Tijuca, no Rio.
Em resposta ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), ele admitiu, entretanto, que não entrou com qualquer processo contra Renata, para que fosse ressarcido pelo suposto roubo cometido pela estudante. Ele negou ainda que assinasse cheques em branco para ela. Antero chamou atenção para a falsa certidão de nascimento de Luxemburgo, que o teria beneficiado ao tempo em que ele jogava na seleção brasileira sub-20, quando teria na realidade 23 anos. O senador questionou ainda se o jogador Mozart, convocado pelo técnico para a seleção brasileira, poderia ser considerado do "primeiro time". Luxemburgo disse que sim.
O senador Sebastião Rocha (PDT-AP), voltou a perguntar pelo empresário que teria oferecido dinheiro para convocação de um jogador para a seleção brasileira, segundo o próprio técnico, em entrevista concedida à TV Cultura. Luxemburgo disse apenas que seria uma pessoa com nome "Vadinho". Não revelou, porém, o nome do suposto jogador. O senador pediu à presidência da CPI que obtenha cópia das duas certidões de nascimento do técnico.
30/11/2000
Agência Senado
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